domingo, 31 de janeiro de 2010

E o corpo tremeu

Ele deixou-se conduzir. Aquele instante era há tanto tempo desejado. Retribuiu-lhe o beijo, docemente. Os lábios de ambos permaneceram colados, uns minutos, tentando adivinhar sabores, comprazendo-se no momento esperado.

Estava tudo muito calmo. As línguas tocaram-se muito de leve. Ele tomou-a só para si. Arrepanhou-a pela força dos seus lábios sequiosos, para dentro da sua boca, com tanta vontade que nem reparou no gesto mais brusco. Ela não se desfez. Apenas o leve gemido o alertara.

Ela suave e compreensivelmente pousou generosamente os seus lábios nos dele e respondeu-lhe com uma leve mordidela no lábio inferior. Era o sinal de cumplicidade e de ousadia que ambos esperavam. Os corpos já estavam seminus.

O desejo era muito forte. Ele não estava a conseguir resistir àquele corpo com corpo. Aos beijos afectuosos dela percorrendo o seu corpo ele já não correspondia. Estava extasiado, seu corpo arrepiava-se, quase não se sentia a sua respiração, não conseguia reagir.

Os olhos dele brilhando, denunciavam-no. Ele não conseguia esconder a vontade, o desejo indómito de a tomar selvaticamente. Ele não estava a conseguir conter-se. Ela percebeu-o bem na troca de olhares ligeiro que se seguiu.

Ela enérgica, avançou. Desabotoou-lhe os botões das calças enquanto lhe mordia levemente os bicos dos seus peitos até sentir um leve gemido. Ela estava a desbravar terreno. A conquistar tempo e espaço. A gozar o momento e o tempo. Ela estava a gerir o tempo. Tinham tempo. Havia muito tempo pela frente.

Ele estava mais inquieto. A ânsia estava estampada no seu rosto. Ele comprazia-se… Com um pequeno gesto de corpo, ele deixou escorregar as calças pelas pernas abaixo. Ela baixou-se e suavemente tirou-lhe a última peça de roupa que faltava.

Depois… depois, agarrou-lhe no pénis já duro e levantando os olhos, como que a dizer; “pronto, amor, cheguei” num gesto sublime e único, meteu o pénis dele na sua boca até onde conseguiu entrar, apertou-o forte com os lábios e o corpo dele todo tremeu.

(publicado no Foice dos Dedos em Julho de 2007)

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Ganhar milhões sem pagarem impostos: um privilégio que o Governo não quer resolver

O Governo podia, desde já, acabar com a isenção do pagamento de impostos sobre os ganhos nas bolsas, podia não podia? Podia! Está no programa eleitoral com o que o PS se apresentou às eleições legislativas. Mas não era a mesma coisa. Seria contrariar a sua própria natureza; a de incumpridor de promessas.

Quando a crise afecta de forma severa os trabalhadores e a maioria das famílias atravessa grandes dificuldades o Governo define muito bem as suas prioridades; proteger os ricos e poderosos. Fazer que sejam os do costume, os mais necessitados, a pagar a crise de que não são responsáveis.

No ano de 2009, 10 (dez) dos maiores "trutas" deste país, ganharam em transacções bolsistas - que não acrescentam riqueza ao país - cinco mil milhões de euros, repito, CINCO MIL MILHÕES de euros. Por este rendimento NÃO PAGARAM UM CÊNTIMO DE IMPOSTOS. Se fosse um rendimento de trabalho pagariam 42 por cento de IRS.

No Facebook (registar-se como amigo para aceder) em resposta a uma pergunta minha, Louçã respondeu-me assim: "Exactamente, Fernando. Se estes senhores tivessem comprado as acções no dia 1 de janeiro de 2009 e vendido exactamente no dia 2 de janeiro de 2010, segundo a lei actual pagariam zero cêntimos, mas se o imposto fosse um mínimo de 20% pagariam o suficiente para 3 anos do aumento do acesso ao subsídio de desemprego para milhares de pessoas necessitadas - e ainda lhes sobravam 800 milhões. O PS prometeu e foi mais uma das mentiras da campanha eleitoral."

É justo isto? Não é, não pode ser. Este rendimento deve ser sujeito a imposto como acontece em muitos países europeus. É bem revelador do carácter de Sócrates e Cª. A taxação de uma parte dos prémios aos gestores da banca não passa assim de uma panaceia para encobrir as verdadeiras escolhas do PS e do Governo.

Aqui fica a lista do que ganharam os 10, em mais-valias da bolsa, sem pagarem um cêntimo de impostos:

Américo Amorim (Galp), 1175 milhões

Soares dos Santos (Jerónimo Martins), 1075 milhões

Belmiro de Azevedo (Sonae), 811 milhões

Vasco de Melo (Brisa), 383 milhões

Ricardo Salgado (BES), 371 milhões

Pedro Duarte (Teixeira Duarte), 361 milhões

Queiroz Pereira (Semapa), 263 milhões

Nuno Vasconcelos (Ongoing), 202 milhões

Manuel Fino (Cimpor), 185 milhões

António Mota (Mota-Engil), 177 milhões

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Merda para o FMI ... e para o nosso Governo.


Se bem entendo, Portugal está numa espécie de banca rota. Por um lado a sua dívida externa é superior à riqueza produzida em bens e serviços. Por outro a gestão dos dinheiros de Estado continua ruinosa: O Estado gasta mais mais do que arrecada.

Todos os anos é isto: aumenta a dívida externa e também não se consegue controlar o défice. Perante isto o que fazem os nossos governantes, alinhados com os opinadores habituais? São pedidos sacrifícios aos de sempre; aos trabalhadores, às famílias pobres e também, nos últimos anos, às classes médias.

Um pedido de esforço desigual, uma repartição de sacrifícios indecorosa ... convenhamos: os bancos, as grandes empresas, os grandes e médios empresários, os banqueiros, os gestores, os administradores das empresas públicas e privadas, os senhores poderosos, continuam a acumular grandes riquezas, lucros pornográficos, mordomias inaceitáveis. E a fugir aos impostos, a branquear capitais, etc, etc. Uma vergonha, enfim.

E no meio destas dificuldades surge o impensável, o improvável, o inadmissível: o Governo prepara-se para emprestar 140 milhões de Euros a Angola. A Angola! Um país governado por uma família de cleptómanos e cleptocrático. Um país rico em recursos naturais. Um país que é pobre porque é governado por ladrões e corruptos.

Não sei como adjectivar isto: um país de endividados, das contas descontroladas, de dois milhões de pobres, de mais de 600 milhões de desempregados (um país que não tem dinheiro para pagar o subsidio de desemprego a mais de 200 mil trabalhadores desempregados), é este país que vai "emprestar" 140 milhões de euros. Nada contra os angolanos, nada contra o apoio a quem precisa mais do que nós, nada disso. O problema mesmo é fazerem de nós papalvos ...com todo o descaramento.

Angola precisa de apoio. Precisará, talvez. Como precisam outros países a quem nos ligam laços afectivos e dívidas impagáveis de 500 anos de colonialismo. Mas Portugal não tem condições ... como país, neste momento. Quem puder que pague. Façam campanhas, peditórios, acções de solidariedade. Não peçam é para todos pagarem. Precisamente, porque alguns não podem pagar, bem pelo contrário, precisam é do apoio do Governo do seu país. 140 milhões de euros davam para que apoios sociais em Portugal? E que se foda o FMI! E que se fodam os nossos governantes.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Os três cantos na RTP1

O espectáculo Três Cantos ao Vivo na RTP1. Agora. Neste momento. A não perder. Como já disse em algures, o concerto no Campo Pequeno parece-me ter ficado aquém do Coliseu do Porto, muito mais emotivo e mais envolvente. Não deixa mesmo assim de ser um espectáculo fabuloso, dos três melhores cantautores da actualidade e entre os 5/6 de sempre, em minha modesta opinião.

Deixo-vos com o inédito destes "artistas de variedade". A cantiga é uma arma, pois claro!


Faz parte (O retorno das Audácias)

Quando assinas, e é de cruz
e a certeza
faz parte
e mais tarde vês ruir
a fortaleza,
faz parte

Faz parte
arte que tens em mentir
nem que seja a ti mesmo
(faz parte)
parte que tens por abrir
não querer mais do mesmo

Ah que se desvende o vento
e dentro,
o sangue, mais além
da ilusão das eficácias
Vem do corpo o pensamento
e à tempestade
larga o sangue
é o retorno das audácias
é o retorno das audácias
a energia do desejo
de ir por hoje além

Quando aos poucos
dás o flanco
e dás em justificar-te
frente ao espelho
e frente aos outros
de que fazias parte

Em que dia e porque foi
que viraste ás avessas
faz parte
agarrado a um vão labor
juntar de novo as peças

Ah que se desvende o vento (...)

Quando segues
cegamente
um equívoco estandarte
e depois
de embandeirado
não sabes despegar-te

Quer amor, quer ódio
põe por ora tudo a zeros
faz parte
começa a contar, confere
o livro dos valores

Ah que se desvende o vento (...)

Letra - Sérgio Godinho
Música - José Mário Branco, Sérgio Godinho
Interpretação - José Mário Branco, Sérgio Godinho, Fausto Bordalo Dias

Petição pela salvaguarda do complexo das Sete Fontes



A defesa do complexo das Sete Fontes em Braga contra a pressão urbanística e a ameaça de atravessamento de um ou mais viadutos de acesso ao novo Hospital Central de Braga, mobilizou um grupo de cidadãs e cidadãos de Braga, em torno de uma petição a enviar a diversas entidades com responsabilidade na gestão e protecção daquele importante património único, relevante obra de engenharia hidráulica datado do século XVIII, classificado como Monumento Nacional e em vias de ser integrado na Zona Especial de Protecção, no seguimento das denúncias de inúmeras associações de defesa do património e do ambiente, forças políticas, da comunicação social e da população em geral.

Tendo chegado ao meu conhecimento esta petição, associando-me à iniciativa e aos seus objectivos, convido todos os meus amigos e amigas, leitores habituais ou ocasionais do in coerências a assinar esta petição, sendo que só a capacidade de mobilização popular poderá impedir este atentado ao património cultural e preservar a memória de um passado valioso que urge dar vida, restaurando e requalificando todo aquele espaço.

Para ler e assinar a petição clique em cima desta linha. Depois, divulgue o mais possível. Os promotores da iniciativa, em nome da preservação do património arqueológico e ambiental, agradecem.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

As escutas a Pinto da Costa.

Algumas das escutas telefónicas, do processo apito dourado, a Pinto da Costa estão no youtube e ao que parece já nas 30 mais vistas a nível mundial. Fique a saber, se não o sabia, como as coisas se faziam no tempo em que o Porto ganhava tudo. Não recomendável a pessoas sensíveis.

Estão aqui.

Manuel Alegre - Eu não esqueço (VI)

Manuel Alegre votou o aumento da idade da reforma, a alteração da fórmula de cálculo das aposentações (um aposentado em 2005, com a nova fórmula, perdeu 10% na sua pensão - eu perdi 13% - e as gerações que entraram agora no mercado de trabalho vão perder quase 50%) sem cuidar de olhar para quem estava à porta da saída. Votou ainda por duas vezes contra as propostas do Bloco e do PCP pela reforma aos 40 anos de idade, independentemente da idade. Votou o aumento do IVA. Apoiou as privatizações no sector energético.

Nota final: Com este post termino as referências a Manuel Alegre sobre algumas das sua posições tidas ao longo dos tempos. Manuel Alegre não é o meu candidato. Não o aprecio pessoalmente, coisas que remetem para a sua forma de estar, calculista, oportunista, arrogante, com momentos pouco éticos, vaidosa em excesso. Mas claro, nesta dimensão, algo subjectiva. Já no plano político discordo do seu trajecto, do seu conservadorismo em várias matérias, de uma visão "patrioteira", das suas indecisões, do tacticismo político.
Manuel Alegre só mudou nos últimos tempos. Resta saber se o fez por oportunismo e estratégia política, visando conseguir garantir os apoios necessários para conquistar a presidência da República, como creio. Apesar de tudo Alegre até poderá vir a ter o meu voto, sem que "engula" sapos. Se não aparecer na esquerda, uma alternativa ganhadora. Uma alternativa a Cavaco Silva. Por mim vou esperar por Carvalho da Silva ... ou outro, não sei, pelo menos para a primeira volta. Uma candidatura mais clarificadora dos campos e das alternativas políticas.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Manuel Alegre - Eu não esqueço (V)

Manuel Alegre foi sempre deputado desde que há eleições livres em Portugal. Com o 25 de Abril foi nomeado coordenador da RDP cargo que suspendeu em 1975 com a eleição para deputado. Em mais de trinta anos por ser deputado nunca mais exerceu funções na rádio continuando contudo a efectuar descontos como funcionário. Não trabalhava mas fazia descontos. Por essa razão teve direito a uma reforma vitalícia de 3 219,95 euros que agora acumula com a reforma de deputado. Manuel Alegre, questionado, disse desconhecer que estava a descontar para essa reforma. Manuel Alegre, diga-se, não cometeu nenhuma ilegalidade, mas este processo não o honra.

Manuel Alegre - Eu não esqueço (IV)

O orçamento do queijo limiano” do Governo Guterres foi aprovado à custa do vergonhoso negócio da compra do voto do deputado Campelo. Manuel Alegre podia ter impedido esta nódoa se tivesse juntado os seus votos aos dos dois deputados bloquistas.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Manuel Alegre - Eu não esqueço (III)

Manuel Alegre votou no dia 14 de Outubro de 2006 a favor da proposta de Lei de Nacionalidade do Governo que negava a nacionalidade automática aos filhos de imigrantes nascidos em Portugal.

Manuel Alegre - Eu não esqueço (II)

"Na sessão legislativa 98/99, Manuel Alegre e Mota Amaral apresentaram o projecto n.º 630/VII, intitulado "Regras Protocolares do Cerimonial do Estado português".

No texto, que nunca chegou a ser aprovado, os dois deputados ordenavam as várias precedências das entidades do Estado português no protocolo e o lugar reservado aos representantes da Igreja Católico era superior ao destinado aos ministros do Governo .

No artigo 37.º dedicado às entidades eclesiásticas, Mota Amaral e Manuel Alegre escreviam: "Quando presentes em cerimónias oficiais, as entidades eclesiásticas, não podendo ser-lhes reservado lugar à parte, recebem o tratamento correspondente à entidade civil com competência territorial homóloga."

Diário de Notícias 17/05/2006

Manuel Alegre - Eu não esqueço (I)

"Louçã é um Cavaco do avesso. Estou farto das lições de moral. Não aceito a direcção espiritual de Louçã que parece ter errado a vocação. Ele deixou de combater Cavaco Silva e persiste em combater as forças de esquerda. Ele anda aqui atrás de uns dinheiros e de uns votozinhos. Eu sou de outro campeonato. Eu tenho um passado político de luta e de resistência, Louçã não sei se tem."

Manuel Alegre na campanha eleitoral de 2006.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Presença



(...)
Vou pela longa estrada pedregosa
ao teu encontro
(que eu não sei esperar
parado...)
e, à minha frente
vão
os meus olhos
ávidos
e ansiosos
a desvendarem as curvas dos caminhos
por onde tu hás-de chegar um dia
ao meu encontro
- se chegares a chegar...

Alfredo Reguengo

sábado, 16 de janeiro de 2010

Palavras e acções

"Sabemos o que uma pessoa pensa, não quando nos diz o que pensa, mas através das suas acções."

Isaac Bashevis Singer
(1904-91), escritor iídiche nascido na Polónia.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Haiti - Contribua



Entidade -  20909;  Referência - 909909909 (pagamento de serviços)
ou através do NIB: 0007 001 500 400 000 00672

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Viagem



(...)

Mas o que ninguém consegue
é tirar
a tua imagem
dos meus olhos
deslumbrados!

Eu tenho-a,
viva,
lá dentro
e, para que ela não fuja,
hei-de levá-los... fechados!...

Alfredo Reguengo

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Cantigas do Fogo e da Guerra

Descobri este vídeo legendado em português pelo Passa a Palavra. É um depoimento comovedor e ao mesmo tempo inquietante, do soldado Mike Prysner sobre a guerra no Iraque e sobre a tomada de consciência da natureza da(s) guerra(s). Vale a pena acompanhar os 10 minutos que dura o vídeo e sentir o arrepio que nos provoca. Mas sobretudo vale a pena divulgar o vídeo: para agitar consciências e perceber a razão profunda das guerras.




VID091228_Mike_Prysner from Passa Palavra on Vimeo.
 
 Cantigas do Fogo e da Guerra


Há um fogo enorme no jardim da guerra
E os homens semeiam agulhas na terra
Os homens passeiam co’os pés no carvão
que os deuses acendem luzindo um tição

P’ra apagar o fogo vêm embaixadores
trazendo no peito água e extintores
Extinguem as vidas dos que caem na rede
e dão água aos mortos que já não têm sede

Ao circo da guerra chegam piromagos
abrem grande a boca quando são bem pagos
Soltam labaredas pela boca cariada
fogo que não arde nem queima nem nada
Senhores importantes fazem piqueniques
churrascam o frango no ardor dos despiques
Engolem sangria dos sangues fanados
e enxugam os beiços na pele dos queimados

É guerra de trapos, do pulmão que cessa
do óleo cansado que arde depressa
Os homens maciços cavam-se por dentro
e o fogo penetra, vai direito ao centro.

José Mário Branco - Mudam-se os Tempos Mudam-se as Vontades
(Cantiga do Fogo e da Guerra)

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

“lá ao fundo/ onde o sol dobra o mar/ há uma linha de espera ... *

A partir de amanhã os homossexuais vão poder ter o direito a casar, pelos votos conjuntos do PS, Bloco, PCP e Verdes, assim se pondo termo a uma discriminação baseada na orientação sexual. Acabar com uma discriminação é sempre positivo e nessa dimensão a aprovação deve ser celebrada. Uma celebração mínima, contudo; porque mínima é a importância do casamento, uma instituição quase caduca, mas que neste caso importa, apenas porque acaba com uma discriminação.

O que não se percebe, na proposta do PS, senão à luz de cagaços eleitorais (o que em linguagem corrente se designa como hipocrisia) é a de não permitir, por vontade própria e declarada, a adopção de crianças, criando uma nova discriminação e afirmando assim uma categoria inferior aos casamentos de pessoas do mesmo sexo.

São escolhas. Oportunistas e hipócritas, quanto a mim: em que o que conta e contou foram e são os cálculos eleitorais e não o de resolver o verdadeiro problema; acabar com a discriminação na lei sobre os homossexuais. E de caminho, aproveitando o ensejo, arrumar de vez com esta irritante discussão, vestida de preconceitos e moralismos achincalhantes, que diminuem e a discriminam outras pessoas, apenas porque, por sorte ou azar do acaso, são diferentes nos seus gostos e amores, concedendo-lhes todos os direitos, nomeadamente o direito da adopção de crianças … que apenas "exigem" ser amadas.

* de um poema de Álvaro de Oliveira.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Mar da Boca



ardem as palavras
             (silenciosas)
no mar da boca

sempre num movimento
secreto dos gestos.

só o rosto
se eleva à nítida expressão
da fome

até que o suor
repouse suavemente
             no interior do grito

(Álvaro de Oliveira - Mar da Boca (1985)

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Lhasa de Sena (1972-2010)



Lhasa de Sena, soube agora, por mero acaso, que morreu no início deste 2010 quando ainda não tinha completado 40 anos de idade. De origem canadiana, julgo, Lhasa de Sena, tinha uma voz fabulosa. Acima fica uma música de homenagem.
 

Copyright 2009 All Rights Reserved Revolution Two Lifestyle theme | adquirido e adaptado por in coerências