quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Consensos dispensáveis

Embora possa não parecer, tenho uma boa relação com a palavra consenso. Quando as divergências são insanáveis, e o consenso não conflitua com os nossos princípios mais profundos, é preferível o esforço do entendimento e de cedências mútuas do que cada um teimar nas suas próprias posições, prolongando conflitos estéreis e que prejudicam as partes.

Bem diferente é o consenso para lixar os outros ou desprezando a opinião e os interesses de outros. É o caso dos consensos implicitos ou explicitos do PS e PSD em áreas que requerem, ou consensos mais alargados ou o separar de águas. O caso da Justiça, um consenso explicito do PS e PSD, serviu para tudo menos para resolver os problemas da Justiça. Lembrando João Cravinho serviu mesmo para impedir um combate mais eficaz ao crime económico e à corrupção.

Bem isto a propósito do ministro dos Negócios Estrangeiros Luís Amado, invocar o silêncio e a inacção do Governo, a propósito da acusação (já provada), sobre o transporte ilegal de prisioneiros em aviões da CIA para Guantánamo, usando o espaço aéreo e utilizando a bases dos Açores, para proteger Durão Barroso, actual presidente da Comissão Europeia e na altura primeiro-ministro de Portugal, em nome do dito consenso com o PSD.

Consensos com estes são obviamente dispensáveis e servem apenas para limitar e encobrir jogos de interesses. No caso, tem servido para esconder a responsabilidade e a conivência com a administração Bush, no tratamento desumano e criminoso de prisioneiros sem culpa formada, sem julgamento e obrigados a deporem sob tortura, à margem dos mais elementares direitos humanos.

O PS e o PSD merecem a censura pública e a acusação de cumplicidade com estes actos criminosos e terroristas, sem nenhuma dúvida.
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