quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Governo gasta 190 milhões de euros em publicidade.

À partida todas as medidas tendentes a apoiar os mais pobres e a dinamização da economia, são bem-vindas, mesmo que sendo de efeito mínimo.

Mas nem tudo o que parece é ... e as três medidas anunciadas por Sócrates, para mim que não percebo de economia, não são mais que grandes acções de propaganda e marketing, bem feitas por sinal, e que não traduzem, com algum significado, uma benfeitoria real, na economia das famílias mais pobres e na economia das pequenas e médias empresas, e nessa medida, pelos custos que acarretam, aos cofres do Estado, algumas delas poderiam ser dispensáveis.

Refiro-me a duas em particular: a descida no IRC em 50% para as empresas cujos lucros sejam inferiores a 12 500 euros; o alargamento a todas as famílias de um 13º mês do abono de família, até agora atribuído às famílias de mais baixos rendimentos.

a) sobre a descida do IRC.
A redução do IRC é um benefício para as empresas que dão lucro mesmo que sendo pequenos lucros. Não consigo perceber. O apoio a empresas que dão lucros não deveria ser nunca a primeira prioridade, a meu ver. Nem sei mesmo se alguma vez, deveriam ser uma prioridade. A grande prioridade, as grandes medidas, neste momento de crise, deveriam ser para as pequenas e médias empresas, que não têm lucros nenhuns!..e orientadas para a dinamização da economia. Com esta medida o Governo deixa de receber 150 milhões de euros. Que vão engrossar os lucros apenas. Os 12,5% de impostos a menos (em 12 500 euros de lucros) -cerca de 1500 euros, talvez dê para uma viagem de férias, aos felizes contemplados, mas os 150 milhões de euros desta medida, dariam muito jeito para outras medidas sociais.

b) o 13º mês do abono de família.
Esta medida é muita estúpida. O alargamento do 13º mês a todos, significa para o Estado um encargo de 40 milhões de euros. E para quê? Para dar a uma família da classe alta, média e baixa, com filhos menores, um cheque no fim do ano, que não ultrapassará os 25 euros. Não me lixem! Qualquer pessoa de bem, dispensaria esta verba, aliás por ninguém reclamada, apesar das dificuldades das classes médias e baixas, em tempo de crise, em favor dos mais necessitados.

A única medida minimamente interessante, deste pacote de "apoio" às famílias e às PME, não deixa ainda assim de ser, curiosamente, a abertura de uma linha de crédito bonificado para as empresas se endividarem mais. Mas mais vale assim.

É caso para dizer que o Estado está a investir seriamente em publicidade e marketing, para enganar incautos: neste caso a publicidade custa ao erário público, 190 milhões de euros.

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