terça-feira, 7 de outubro de 2008

in coerências

O in coerências é o meu novo blogue. Ao dar-lhe o nome de in coerências pretendo deixar claro que não esperem de mim e do blogue, por extensão, uma forma de estar certinha, muito conforme com as regras, o politicamente correcto, as boas maneiras.

Enfim dizer-lhes que significando coerência, um pensamento linear, um percurso harmonioso, uma conexão estanque, um conjunto de ideias e práticas fechadas, sem desvios e sem hesitações, com o que disse ontem, com o que escrevi há uma semana, com o que vou fazer amanhã, então sejamos claros: não me assumo como uma pessoa coerente, em particular, se à palavra, se lhe associarmos a ideia de "coerência" com uma ideia, um pensamento, um modelo, definitivos.

Sou uma pessoa de mudanças. Em mim fervilham turbilhões de pensamentos: e dúvidas, indecisões, incertezas. Mais do que ser coerente esperem de mim e do in coerências, ser consequente. Esse é o meu combate de sempre! Com as minhas utopias e com uma forma de estar na vida: honesta, solidária, responsável, defendendo e lutando por causas nobres - como a justiça social, a dignidade, a igualdade, o respeito pelas diferenças, uma sociedade melhor.

Ser in coerente não é, também, ser incoerente. Ser in coerente é tentar ser, em coerência, consequente, sendo ou não coerente ou incoerente conforme as situações. Coerente nos e com os ideais profundos, incoerente com os desacertos e com os erros, sempre que se torne necessário, não teimando nas ilusões ou nas aparências, com receios que a a máscara caia.

Sou uma pessoa de esquerda, desde que me conheço, desde muito cedo mesmo, mas não tenho um partido agora (e quando o tinha ...não tinha). Em linhas gerais continuo a identificar-me com as propostas políticas e o "projecto" do Bloco de Esquerda, partido em que militei até há uns semanas atrás. Deixei o Bloco por decididamente não ser um homem de partidos e de fidelidades. Mas também com algumas divergências. Que parecendo de pormenor carregam consigo, concepções políticas divergentes, em particular sobre o exercício do poder e sobre como tratar as diferenças, que decorrem ainda, para mim de forma surpreendente, de complexos doutrinais e de vícios antigos ainda inultrapassados.

Como nota final dizer, nesta introdução, que continuo a defender a construção de um grande partido da esquerda portuguesa, uma unidade orgânica das esquerdas, à esquerda do PS, apesar das dificuldades e de ... tudo. A esquerda se quer conquistar a maioria social e política e conquistar suficiente credibilidade deve assumir-se como um partido do poder. O povo simples não vota em oposições, por melhores que sejam. Vota em quem julga que pode resolver-lhe os seus problemas.

O in coerências será assim um novo espaço de intervenção política e social, ainda mais independente se possível, do que os antecessores. Mas será, acima de tudo, um espaço de liberdade e de activismo cívico, na medida da minha disponibilidade e das minhas competências.
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