quinta-feira, 6 de novembro de 2008

burla, abuso e fraude fiscal no BPN

e um prejuízo que segundo o ministro das finanças em Outubro era de 800 milhões de euros e que perante uma situação líquida negativa, insuficiente para honrar compromissos, se estima seja agora de 1,1 mil milhões de euros. E que faz o Governo? Nem mais nem menos: indemnizar os administradores e os accionistas beneficiários directos destas golpadas e destes actos criminosos!

"os accionistas não têm culpas das práticas da administração", diz Jorge Lacão, secretário de Estado da Presidência. Pois, não terão. Mas porque motivo onde ser indemnizados! Não beneficiaram eles com essas práticas ilegais? Já não é uma ajuda grande o Estado deitar mãos ao banco evitando a sua falência e assumindo os prejuízos? "O objectivo não é confiscar tudo a quem errou (o sublinhado é meu ) e que deve ser punido" adianta Afonso Candal, deputado socialista. Mas que é isto? Não é de erros que se trata é de crimes! Só faltava esta: o Estado (todos nós) indemnizar quem é condenado por crimes financeiros contra o Estado! Uma vergonha.

A nacionalização do BFN era uma necessidade para socorrer os depositantes e os trabalhadores do banco. Mas apenas para isso. Os erros, os prejuízos, e a responsabilização criminal, deveriam ficar nos accionistas e nos responsáveis pela gestão do banco, na devida proporção. Em todos estes anos, em que foram apresentados lucros (bastante à custa da vigarice e em prejuízo do Estado) beneficiaram com os ganhos, agora seria a altura de ficarem com as perdas. Seria justo.

Soube-se agora que Miguel Cadilhe aceitou a presidência do BPN a troco de um PPR de 10 milhões de euros. Nada contra. Cada um faz os negócios que quiser e acorda o que lhe interessa e ninguém tem nada a ver com isso. Miguel Cadilhe aceitou trocar a reforma do BCP por 10 milhões de euros, naturalmente a pensar que era um bom negócio. 10 milhões de euros para um exercício de, sei lá, meia dúzia de anos, era de certeza um bom contrato e um bom negócio. E como Miguel Cadilhe não é burro nenhum, como cautela, porque sabia que as coisas não estavam bem, depositou o PPR, não numa empresa do grupo do seu banco, mas noutra instituição. Assim mesmo. Digamos que Cadilhe não estava desprevenido sobre a situação financeira do banco nem com a possibilidade de uma falência. O que ele não contava (quem contaria há uns meses atrás?) é que o banco pudesse ser nacionalizado. E aí teve azar. Noutras ocasiões teve muita sorte. Como receber grossas reformas com pouco tempo de serviço. Acontece aos melhores. Melhor dito; podia acontecer aos melhores. Mas não, o Governo está aí para proteger as costas aos senhores importantes e poderosos. A indemnização está salvagardada! Nós, os contribuintes, estamos cá para dar dinheiro a quem não precisa e não merece.
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