Haverá um espaço à esquerda para a criação de um novo partido, pergunta o DN de hoje. A minha resposta é sim, talvez. Com um PS virado à direita, um PCP conservador, um Bloco aparentemente contente na oposição, o aparecimento de um novo partido de esquerda, com origem no Manuel Alegre, poderia alavancar uma alternativa de esquerda a sério e obrigar a clarificações nesta área política.
Esse partido, conhecendo as posições de Manuel Alegre, não seria o meu partido, nem teria sequer o meu apoio, concorrendo às eleições e não tendo possibilidades de ganhar. Para ser oposição, prefiro o Bloco. Mas a existência desse partido, em si, obrigaria o Bloco a encontrar-se e a confrontar-se com os seus propósitos fundadores, para não perder os eleitores de esquerda mais moderados e o PCP a mudar se não quiser ficar ainda mais acantonado. Logo, a esquerda toda, só tinha uma saída: entender-se. E uma esquerda assim, sim, poderia vir a ser uma alternativa a sério. Uma alternativa credível. Uma alternativa para governar. À esquerda. Para haver mais justiça social e uma sociedade mais digna.
Nota: tive agora conhecimento das declarações de Manuela Ferreira Leite, pedindo a suspensão da democracia por 6 meses. Sinceramente isto nem merece comentários: estamos entregue aos bichos. A esquerda tem de fazer mais para que a alternativa dos portugueses a Sócrates não tenha que ser esta senhora.
Após diagnosticar a depressão do cachorro, o terapeuta receitou o mesmo
remédio que o dono do animal usava para tratar a sua própria. Passa Palavra.