domingo, 21 de dezembro de 2008

Apaga a luz!

Eu não tenho jeito nenhum para a poesia. Também não conheço as regras, a métrica, contar e combinar as sílabas, os sons, a rima. Mesmo assim e a pedido, escrevi um poema que a minha querida amiga Helena me fez lembrar aqui há uns dias. Depois fiz mais uns outros. Pedindo perdão pela falta de jeito, nesta quadra, apetece-me lembrar e pegar num desses poemas, escrito, precisamente em Dezembro de 2005. Foi o meu segundo. E poucos mais se seguiram, estejam descansados.

Apaga a Luz

Vem!
Vamos.
Eu quero ir.
Anda.
Vem mesmo assim!
Deixa tudo.
É só uns tempos.
Tu precisas de ir!
Eu quero ir.

Vamos os dois!

Anda conhecer o mundo.
O mundo do outro lado!
Vá!
Anda.
Ao outro lado
Comigo!
Vem!
Vem ver como é
O outro lado!

Não faças de conta
Que não é contigo!
É contigo
é comigo
É com todos!
Vem!
Vem mesmo assim
Eles não são de cerimónias.
Retira só o casaco
Da indiferença.
Vem ver o lado dos que sofrem!
Viste? Pronto!

Agora, deixa-me só!
Deixa-me comigo.
Deixa-me esquecer que existo.
Deixa-me esquecer que estou vivo.
Deixa-me com a minha vergonha!
Isto passa…
Amanhã é outro dia.
Amanhã…
Já estamos do lado de lá.
Podes começar a vestir o casaco
Amanhã é tudo igual.
Tu não viste.
Eu não ouvi.
Nós não vimos nada de mal
Nós vamos continuar a fingir
Nós vamos continuar a mentir!

Cambada de cobardes!
Puta que nos pariu!

Apaga a luz
E deixa-me só!
Já te disse.
Foda-se!
Eu quero ficar só
Ouviste!
Apaga essa merda
Caralho!
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