sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Chamem a polícia

O importante na notícia era (é) se os telemóveis podem ou não ser usados nas aulas, depois de um grupo de alunos, na galhofa, “ameaçar” a professora, com uma pistola de plástico. As pessoas entrevistadas pelas televisões até compreendiam a brincadeira, de mau gosto consideravam, mas brincadeira, não mais que isso. A professora e o Conselho Directivo achavam o mesmo e queriam esquecer a coisa, sem tirar grandes consequências. O mal foi um dos jovens ter gravada a cena e colocado na internet. O que não passava de uma brincadeira acabava num caso nacional, com direito a directos do local do crime e “opiniões públicas”, para o povinho, se pronunciar, espantem-se -a pergunta era mais ou menos esta: acha que os telemóveis devem ser usados na sala de aulas? A questão não era sobre o que os ouvintes e tele-ouvintes, pensavam dessa estranha brincadeira da pistola de plástico apontada à cabeça da professora! Do que levava uns jovens a ter este tipo de comportamentos! Do que está a falhar no nosso sistema de ensino e da educação dos nossos jovens! Não! A questão mesmo era a de saber se os alunos deveriam ser impedidos de levar consigo o telemóvel para a sala de aulas. Pronto. Fica o meu veredicto: acabem-se com os telemóveis (com câmara de filmar) na sala de aulas para a nossa segurança. Não sabendo, não conhecendo, somos mais felizes um bocado. Para rematar dois reparos para duas intervenções oportunistas: a de Mário Nogueira, porta-voz da plataforma dos professores, clamando, qual justiceiro, por uma condenação exemplar para os alunos, mais parecendo estar a escudar-se de qualquer coisa; e para o presidente da Federação dos Pais dos alunos do Porto, insinuando que havia mãozinha do sindicato na divulgação do acontecimento.
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