terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Defensor Moura mete-se com o PS e leva. No PS é assim já dizia Jorge Coelho

A linha entre determinação e arrogância é muito ténue. Em boa verdade, geralmente, uma está ligada à outra. Ter a humildade de recuar quando se está a pisar ou passar a linha é quase do domínio do sobrenatural. Normalmente somos uns convencidos e muito pouco flexíveis. Mas todos nós sabemos quando ultrapassamos a linha. Quando a determinação passa a teimosia, saber parar, saber transigir ou mesmo, readaptar subtilmente a posição de partida, é o ponto que nos separa de um carácter arrogante ou mesmo prepotente. O complicado, se não quisermos ser injustos, é discernir as características da personalidade dos outros, na superfície das coisas.

Determinação, convicção, empenho, são predicados, indispensáveis na conquista de objectivos, mas, por si, não são atributos únicos, em particular se aplicados, afrontando os princípios da convivência democrática, desrespeitando as diferenças, atropelando direitos. O caso de Defensor Moura, presidente da Câmara de Viana do Castelo é um misto de determinação e coragem com uma boa dose de teimosia e arrogância, assim à vista desarmada. Como ex-deputado municipal, observei o seu pior; a chantagem, a arbitrariedade, a arrogância. Nesta situação: depois de ter visto derrotado o orçamento e o plano de actividades na assembleia municipal, coisa nunca vista, perdeu a compostura, atacou tudo e todos e voltou a apresentar, rigorosamente o mesmo documento, sem nenhuma alteração, afrontando e desafiando os deputados municipais, humilhando os presidentes das juntas de freguesia, que acabaram por mudar o seu voto, sem razão aparente. Mas também vi a melhor: é uma pessoa de fortes convicções e grande determinação, não cede perante os poderosos da cidade e não obedece aos aparelhos partidários. A cidade está em primeiro lugar. Não compactua com a mediocridade, o aparelho do PS, os oportunismos políticos, combate a direita política, sem contemplações.

Com a vitória do Não à integração na CIM, Defensor Moura pediu a renúncia das deputadas do PS à Assembleia da República, acusando-as de incompetentes, desferiu fortes ataques aos aparelhos partidários, do PS e não só, admitiu recandidatar-se como independente se nada mudasse. A resposta chegou pouco depois do presidente da distrital do PS e principal alvo das críticas de Defensor Moura: Solheiro, chamou a si a competência de formar as listas, para não recandidatar Defensor Moura a presidente da Câmara.

Quem se mete com o PS leva!
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