quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Uma espécie de pacto de silêncio

Há coisas que mexem comigo. Que me enervam, chateiam, revoltam mesmo. Um dia vou fazer uma lista das coisas que me põe fora de mim. Em termos políticos chateia-me solenemente a escapatória do “não comento” para fugir às perguntas incómodas. Ou o refúgio nos lugares comuns e politicamente correctos. Ou dos silêncios medrosos e calculistas.

Os partidos e os políticos não gozam da ciência e do conhecimento todo. Não há ninguém que a toda a hora e em todos os momentos tenha respostas, propostas e muito menos soluções em todas as coisas. Ter dúvidas é natural. Não ter posição formada é natural. E o natural seria que se assumisse isso com humildade.

Isto vem a propósito do caso Freeport e do envolvimento suspeito de Sócrates. Como de costume, quando estão políticos envolvidos, os partidos e os políticos, escondem-se, disfarçam, encolhem-se, moles, cobardes, para não tocar no assunto: dizem que é um problema da justiça e dos tribunais. Pois claro!

Neste pântano de cobardia política, de políticos calculistas e medrosos, escapam Francisco Louçã e o Bloco, não se encolhendo e avocando o caso para o campo da política, da transparência e do rigor, da decisão política, tomadas por um Governo em gestão e a dias de ser substituído, sobre um processo complexo, duvidoso, envolto em polémica e suspeições. Era isto que se exigia a todos. Visto de fora, parece que existe uma espécie de pacto de silêncio, quando envolve suspeições sobre os políticos do sistema.
blog comments powered by Disqus
 

Copyright 2009 All Rights Reserved Revolution Two Lifestyle theme | adquirido e adaptado por in coerências