domingo, 22 de fevereiro de 2009

Uma lição de Saramago

Em poucas palavras Saramago oferece-nos uma lição política sobre conceitos ideológicos, tidos como adquiridos de forma dogmática e ortodoxa, por alguns ditos revolucionários. Com uma lucidez extraordinária Saramago questiona o uso da violência física como sequestros, assassinatos, torturas, contra adversários ou inimigos políticos, mesmo simples cidadãos, como arma de combate político.

Saramago interroga-se e interroga-nos se uma linha de actuação baseado na violência fácil não arrastam consigo características genéticas que se afirmarão no poder de forma igualmente cruel. Eu, sinceramente partilho deste ponto de vista. Não sendo propriamente um pacifista, entendo que a pressão sobre os regimes mesmo os mais tiranos, não se faz à custa da humilhação, da dignidade e da violência física sobre as pessoas, por muita repulsa, nojo ou criminosas que elas sejam, e claro muito menos, sobre pessoas inocentes.

A violência revolucionária tem muitas formas de se exprimir. Para não chegar muito longe, lembro os últimos acontecimentos na Grécia ou na França aqui há uns anos atrás, aquando do assassinato de um imigrante. Ou do tipo que participei (curiosamente na altura muito criticada pelo PCP - que agora defende as FARC) no longínquo ano de 1976; o assalto e incêndio à embaixada de Espanha em protesto contra a condenação à morte de nacionalistas bascos.

Tal como Saramago, não concebo este tipo de actuações terroristas
blog comments powered by Disqus
 

Copyright 2009 All Rights Reserved Revolution Two Lifestyle theme | adquirido e adaptado por in coerências