segunda-feira, 23 de março de 2009

Tomar partido!



Não há sítio neste Portugal dos pequeninos onde o desporto favorito não seja dizer mal. Ao dizer mal dos outros estão a querer dizer bem deles. Os "outros" é que são responsáveis, eles estão de fora. Quem os ouve ou lê, se os levássemos a sério, seriam os melhores. Os melhores políticos, os melhores atletas, os melhores treinadores, as melhores pessoas.

Só que eles nunca estão lá, estão de fora. De fora onde é fácil criticar e dizer mal. Aborrece-me esta classe de pessoas que não participa, não se envolve, não tem opinião, não dá opinião, não toma partido, que se abstêm, que está a ver passar. Mas que diz mal.

Hoje quase toda a gente diz mal de tudo e de todos. Em particular os políticos não escapam aos mais baixos impropérios e mentirosos, ladrões, incompetentes ou corruptos, são palavras que estão nas bocas de quase todos. É cómodo e alivia as consciências. Não há como ter bodes expiatórios para lançar as culpas sobre tudo o que corre mal. As culpas são sempre dos outros. De quem está nos partidos, nos sindicatos, nas associações. De quem faz alguma coisa. De quem está à frente. Como podem ter culpa estas pessoas, se estão de fora?

O problema é que muitos dos alvos dessas críticas se põem a jeito, nomeadamente alguns políticos que contribuem para esta má reputação e descrédito. Porque são efectivamente, ladrões, incompetentes, corruptos. Mas as pessoas têm de saber distinguir o trigo do joio. Não podem ser metidos todos no mesmo saco. Não são todos iguais. É fácil e cómodo estar de fora, repito, a dizer mal de tudo e de todos. Mais difícil é fazer escolhas, tomar partido, confrontar posições, olhos nos olhos.

E porém, só com a participação e uma cultura de exigência cívica é possível mudar as coisas. Não participar no debate e nas decisões que nos dizem respeito, ficando sempre de fora é confortável mas é um refúgio oportunista. As coisas não mudam se nos ficarmos pelas palavras. Se não formos capazes de escolher os alvos certos, distinguir entre, “inimigos”, adversários, parceiros.

Sem partidos e sem políticos não há democracia. Sem participação, temos uma democracia fraca. Sem exigência temos uma democracia doente. Sem participação e exigência, e atacando tudo e todos, temos uma democracia em agonia.

Na verdade os políticos ou os decisores políticos que tanto acusamos são eleitos pela maioria de nós. Não tomaram conta do poder à força. Uma grande maioria dos eleitores parece preferir essa gente. Prefere quem não dá garantias de honestidade. Falta-nos uma cultura de exigência, de rigor, de coragem.

Por mim, faço escolhas agora, tomo partido agora, valorizo quem está no combate político agora, dou o meu apoio político agora. E como se avizinham combates políticos importantes, quero deixar claro, a quem me lê, que vou apoiar o Bloco de Esquerda nas próximas eleições europeias e legislativas, tal como o fiz no passado, enquanto militante. E que a campanha começou hoje aqui!
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