Cantigueiro
Penares de outrora
são feitos versos
sangue das nossas mãos
A noite corre
por todo o corpo
e os amigos são mais que irmãos
Cada janela trás o vento
vento que gela em vão
Mais frio trás
o quadrado negro
das grades da frustração
Morremos pelo sonho que sonhamos
Mau pregador
justo auditório
Pior a pregação
Verdades ditas
fora de tempo
e o pregador vai para a prisão.
Não há fiança
pró cantigueiro
e ele nem dinheiro tem
Se viu demais
que arranque os olhos
e a vida correrá bem
Sonhou curar
a humanidade
dos mil podres que tem
Mas só dum toque
nas negras chagas
morreu de peste também
Se tal soubesse
não cantaria
tudo o que já cantei
Só tem licença
de cantigueiro
quem for o bobo do rei
Letra: Samuel
Música: Samuel
Álbum: O cantigueiro