quinta-feira, 30 de abril de 2009

O 1º de Maio. "Lutas velhas canto novo..."

O 25 de Abril é festa, alegria, celebração. O 1º de Maio é luta, protesto, reivindicação. No 25 de Abril cabem todos ("cravo vermelho ao peito/ a muitos fica bem/ sobretudo faz jeito/ a certos filhos da mãe") os democratas. O 1º de Maio é sobretudo dos trabalhadores. No 25 de Abril não fica bem contestar contendores políticos (aconteceu com dirigentes do PS). O 25 de Abril é sobretudo liberdade e democracia. Mas no 1º de Maio fica muito bem. Assobiar, insultar, combater politicamente: o governo, os patrões, os partidos, todos quantos escolhem ficar do lado dos poderosos, contra os direitos e as reivindicações legitimas dos trabalhadores e do povo mais sofrido. "Ontem" celebrou-se Abril. Amanhã comemora-se o dia em que os trabalhadores, em 1886, em Chicago, encheram as ruas pela primeira vez (alguns dos quais foram mortos por esta causa) a reivindicar a redução da jornada de trabalho para as 8 horas diárias. Em Portugal (na maior parte das cidades, pelo menos -e de há muitos anos)os sindicatos cumprem um ritual. Um ritual que vale tanto ou menos que outros rituais: um dia feriado apenas. E venham os ranchos folclóricos, as provas desportivas e o comício do costume. Comigo não contam. O meu 1º de Maio este ano vai ser passado a ouvir Pedro Barroso, mais depois à noitinha, em Ponte de Lima, no Teatro Diogo Bernardes, sem ter nada a ver com as comemorações. Provavelmente, apesar deste espectáculo se integrar nos seus 40 anos de carreira, não vou ouvir "lutas velhas/ canto novo/ que a resistência do Povo/ também se faz a cantar/" mas que é verdade é, ainda hoje. Que o diga José Mário Branco, principalmente.
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