sexta-feira, 22 de maio de 2009

Ainda sobre a Autoeuropa

Belmiro de Azevedo critica os trabalhadores da Autoeuropa de não aceitarem a mobilidade e a flexibilidade laboral. Mente contudo Belmiro de Azevedo. Se há quem aceitou a aplicação desses princípios, em situações que assim o exigiram (e que no passado foram elogiadas e apresentadas como exemplos de cooperação e de encontro de soluções realistas), pensando não apenas nos seus próprios interesses, mas também nos da empresa, na importância da Autoeuropa na economia nacional (é responsável por 10% das exportações nacionais) e ainda no impacto no emprego e na economia local (estão em causas milhares de empregos e dezenas de empresas que fazem trabalho subsidiário para a Autoeuropa), foram os trabalhadores da Autoeuropa.

Ainda assim os trabalhadores, ao contrário do que diz Belmiro, não se recusam a trabalhar ao Sábado (em períodos de maiores picos de trabalho e para compensar os dias não trabalhados - a empresa propõem uma semana de 4 dias de trabalho com o 5º dia a entrar na bolsa de horas). O que não querem é que um trabalho ao Sábado, seja pago como um dia de trabalho normal. E mais ainda. Numa atitude de grande compreensão e responsabilidade aceitam a partilha deste trabalho extraordinário; recebendo apenas metade com o restante entrar na contabilidade da bolsa de horas.

Querer que os trabalhadores sejam os únicos a pagar as dificuldades é próprio de mentalidades retrógradas e de pessoas que não respeitam a dignidade dos trabalhadores. Querer que os trabalhadores aceitem tudo sem resistir é não perceber que apenas com a luta se consegue defender e conquistar direitos, cuidando de saber quando é necessário recuar.

Já sobre o ministro da Economia, Manuel Pinho, pouco haverá a acrescentar ao que tem sido dito pela generalidade dos comentadores: é talvez o ministro mais incompetente e um "vendido" aos interesses do patrões e da finança. Falar em falta de competividade, em produtividade, quando todos os indicadores indicam ser a Autoeuropa e os trabalhadores, dos maiores exemplos de competência, conhecimentos, produtividade é próprio de quem não sabe o que diz e que está de cócoras perante as multinacionais.
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