sábado, 2 de maio de 2009

Entregar trunfos

Como por Viana do Castelo não há manifestações mas apenas umas provas de atletismo e um comício onde tudo se repete e cansa, o meu 1º de Maio deu-se em Ponte de Lima, num bonito concerto de Pedro Barroso no lindo Teatro Diogo Bernardes. Só hoje, por isso, soube dos acontecimentos que envolveram Vital Moreira, na manifestação de Lisboa.

Depois de ter lido, ouvido e visto através das imagens das televisões o que se passou (umas bocas, uns empurrões, uns insultos, pequenas agressões), o que sobra é uma tempestade em algumas garrafas de água. Da parte de uns, muita intolerância, sectarismo, falta de cultura cívica. De outro lado, a tentativa de capitalizar eleitoralmente o sucedido. Bem esteve Carvalho da Silva. Lamentando, condenando, pedindo sinceras desculpas, procurando manter as pontes, mas reduzindo a expressão a um grupo isolado de manifestantes e rejeitando leituras de premeditadas intenções …bem como de tentativas de aproveitamento político.

Mal esteve o PS e Jerónimo de Sousa. O primeiro extrapolando demasiado os factos para capitalizar eleitoralmente. O segundo, refugiando-se em escapatórias lastimáveis de que não teria visto, como quem diz, foi bem feito mas não me comprometam.

Dito isto não quero justificar ninguém. O combate político também é isto. De tudo o que se passou o que lamento mesmo são as agressões. Na verdade, temos todos ainda muito que aprender. E se o desespero pode justificar certas actuações o sectarismo não é uma boa ajuda. O combate político faz-se essencialmente no debate e no confronto de ideias. E a liberdade de opinião é essencial num regime democrático.

Para ganhar a maioria social é preciso confrontar a sociedade com políticas alternativas, confiáveis, coerentes, credíveis. O inimigo dos trabalhadores é o regime capitalista. Derrotar as ideias neoliberais, ganhar a confiança pessoal e política, para novas políticas e criar uma consciência de classe é o caminho para a mudança e a transformação, para uma sociedade verdadeiramente democrática e de justiça social e económica. Vitais, Sócrates, Manelas são ...pouca coisa.
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