domingo, 31 de maio de 2009

Querer votar Bloco nas Europeias e não poder ...com muita pena e frustação

No dia 7 de Junho não vou estar em Portugal e não vou por isso votar nas Europeias.

De Marcha despenalização aborto - Viana do Castelo

Com muita pena. Ao contrário de muitas pessoas penso que votar é muito importante para marcar uma posição de protesto. Se protestamos nas ruas e nas empresas, protestemos também no momento de voto. Protestar é muito importante. É um sinal de não resignação. De não conformismo. De luta.

Este é pois o meu primeiro apelo: Ir ao voto contra quem, na Europa e em Portugal, representam as políticas que nos atiraram para a crise. Em Portugal significa não votar no PS, no PSD ou no CDS. Quem nos meteu na crise não nos vai tirar dela. Quando muito levar-nos-à para outras.

O segundo apelo é mais de ordem das convicções políticas. O Bloco de Esquerda é o mais interessante projecto político dos últimos anos no campo das esquerdas. Um projecto de unificação das esquerdas plurais anti-capitalistas que não se esgota nele próprio. O Bloco não é um fim. Não é o partido das esquerdas. Mas é o mais sólido projecto para tornar a esquerda grande. Grande e de alternativa aos poderes dos grupos de interesses na órbita do Bloco Central. O Bloco tem projecto, tem políticas, tem dirigentes à altura para, com humildade, modéstia, respeito pelas diferenças (e sabemos que não tem sido sempre assim), ser a alavanca de um projecto de reunificação das esquerdas, para dar a volta a isto. Assim o continuem a querer (e continuam a existir muitos equívocos), em harmonia com o seu projecto fundador. Assim também, as outras esquerdas, organizadas em partidos, movimentos ou como independentes, se deixem de obstinadas desconfianças, de estarem prisioneiros de ortodoxias ideológicas, de sectarismos ou permanentes espíritos de contra-poder.

O terceiro desejo era de que gostaria de ver o Bloco de Esquerda eleger pelo menos dois deputados, se possível três elegendo também Rui Tavares. Mais do que qualquer outra é a visão sobre a questão europeia que mais me afasta dos outros partidos da esquerda concorrentes. Miguel Portas merece-me toda a consideração pessoal e respeito político. O seu trabalho anterior é merecedor de todos os encómios. Se não conhecesse o seu trabalho e conheço, o seu compromisso eleitoral (e a qualidade do trabalho não se mede pelo número de perguntas, relatórios, propostas apresentadas -o importante é seu efeito prático), bastaria-me ver o reconhecimento do Dr. Fernando Nobre, presidente da AMI -Assistência Médica Internacional (cujo trabalho em todo o mundo contra a fome e as injustiças dispensaria apresentação), para validar e creditar todo o seu trabalho no parlamento europeu.

Com muita pena mesmo não vou estar em Portugal, como disse. Quase imperdoável se pensar que vou estar de férias. Mas a verdade é que estas já não podiam ser adiadas. Outros valores se levantaram. Volto no dia 8 de Junho da Tunísia. Até lá!
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