sexta-feira, 19 de junho de 2009

Um passo atrás agora para dois passos à frente a seguir


Os trabalhadores da Auto-Europa decidiram em plenário recusar trabalhar aos sábados, concretamente em seis sábados num ano, pagos como trabalho normal e não como trabalho extraordinário, no caso de um pico de trabalho o justificar, e para os trabalhadores que já tivessem beneficiado de 22 dias sem produção este ano. Em contrapartida não haveria despedimentos dos 250 trabalhadores contratados a prazo durante 2 anos, nem seria necessário fechar um dos turnos ou o recurso a soluções tipo lay-off.

Ao que li o pagamento de seis sábados como trabalho normal e não como extraordinário, grosso modo, significa uma perda por trabalhador de 150 euros num ano. Sinceramente 150 euros nada valem se do outro lado estão garantias importantes e extremamente solidárias como: a) a garantia da permanência de emprego, durante 2 anos, para os 250 trabalhadores contratados a prazo b)a garantia de continuação dos turnos, com todas as consequências, em termos salariais e como garantia do posto de trabalho c) o não entrar em conflitos perigosos em tempos de refluxo do movimento dos trabalhadores.

Não será o melhor acordo, certamente. Haverá aproveitamentos da conjuntura para retirar regalias ou suspender direitos. Mas é um acordo bom. Especialmente porque salvaguarda princípios de solidariedade com trabalhadores precários, não cria dificuldades acrescidas à economia local, empresas e trabalhadores, que dependem da Auto-Europa.

É verdade que os trabalhadores da Auto-Europa, de alguns anos para cá, têm perdido algumas coisas, mas também parece ser verdade que em matérias de direitos, regalias, condições de trabalho, remunerações se encontram bem à frente de outros trabalhadores da mesma área de actividade. E tal deve-se em muito, não apenas à capacidade reivindicativa dos trabalhadores mas à capacidade, sagacidade, inteligência da Comissão de Trabalhadores e em especial do seu coordenador, António Chora, agora, mais do que nunca, atacado de forma infame por sectores ligados ao PCP. É olhar para alguns blogues e especialmente para as paletes de comentários injuriosos espalhados pela blogosfera.
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