sábado, 5 de setembro de 2009

Que pobreza franciscana de debate.

Jerónimo de Sousa parece ser boa pessoa. Bem-intencionada. Alguém verdadeiramente preocupado com o bem-estar do povo. Um homem com uma grande consciência social. Um político com pensamentos bem arrumados. As prioridades políticas bem definidas. Jerónimo de Sousa é seguramente um Senhor. Mas por favor, não é um líder político. Muito menos para o mais alto cargo de um partido como o PCP. Jerónimo de Sousa, vê-se, é uma pessoa inteligente, conhece bem os problemas do país, desenrasca-se bem na disputa política, no debate. Mas faltam-lhe outros atributos: falta-lhe rasgo, nervo, voz de comando, raciocínios na ponta da língua, competências técnicas e políticas para a alta política e debates mais intensos. Jerónimo de Sousa mostrou muitas fragilidades no debate de hoje com Sócrates. Com Jerónimo de Sousa na liderança do PCP, não vai bastar a sua simpatia (quando a disputar o mesmo terreno político está um político com as capacidade de Louçã), para aguentar o seu eleitorado, estou em crer. Jerónimo esteve apenas bem num único momento; quando fala no país real em oposição ao país pintado a cor-de-rosa de Sócrates. De resto Jerónimo não foi capaz de contraditar Sócrates. Juro que faria melhor.

De Sócrates, pouco a dizer: a pose serena, o tom de voz doce, os esgares de injustiçado e incompreendido, cheira tudo a falso, a fabricado. O seu país não é o dos 2 milhões de pobres, dos 600 mil desempregados, dos baixos salários, da precariedade, dos serviços de protecção social mais débeis, do país com o maior fosso entre ricos e pobres da Europa, das pessoas que vivem em contínuo sobressalto com a edução dos filhos, a saúde dos pais, a casa para pagar, a possibilidade de perder o emprego, a perspectiva de perder os apoios sociais. Um nojo enfim.
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