Jerónimo de Sousa parece ser boa pessoa. Bem-intencionada. Alguém verdadeiramente preocupado com o bem-estar do povo. Um homem com uma grande consciência social. Um político com pensamentos bem arrumados. As prioridades políticas bem definidas. Jerónimo de Sousa é seguramente um Senhor. Mas por favor, não é um líder político. Muito menos para o mais alto cargo de um partido como o PCP. Jerónimo de Sousa, vê-se, é uma pessoa inteligente, conhece bem os problemas do país, desenrasca-se bem na disputa política, no debate. Mas faltam-lhe outros atributos: falta-lhe rasgo, nervo, voz de comando, raciocínios na ponta da língua, competências técnicas e políticas para a alta política e debates mais intensos. Jerónimo de Sousa mostrou muitas fragilidades no debate de hoje com Sócrates. Com Jerónimo de Sousa na liderança do PCP, não vai bastar a sua simpatia (quando a disputar o mesmo terreno político está um político com as capacidade de Louçã), para aguentar o seu eleitorado, estou em crer. Jerónimo esteve apenas bem num único momento; quando fala no país real em oposição ao país pintado a cor-de-rosa de Sócrates. De resto Jerónimo não foi capaz de contraditar Sócrates. Juro que faria melhor.
De Sócrates, pouco a dizer: a pose serena, o tom de voz doce, os esgares de injustiçado e incompreendido, cheira tudo a falso, a fabricado. O seu país não é o dos 2 milhões de pobres, dos 600 mil desempregados, dos baixos salários, da precariedade, dos serviços de protecção social mais débeis, do país com o maior fosso entre ricos e pobres da Europa, das pessoas que vivem em contínuo sobressalto com a edução dos filhos, a saúde dos pais, a casa para pagar, a possibilidade de perder o emprego, a perspectiva de perder os apoios sociais. Um nojo enfim.
Na Praça da Liberdade, em Viana do Castelo, as lajes de granito do
pavimento escondem um jogo de água com quarenta repuxos, tantos quanto o
número de fregu...