quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O negócio da crise.

Depois da recusa inicial à actualização do salário mínimo nacional, à revelia do acordo rubricado na concertação social, os representantes patronais admitem agora um pequeno aumento, ainda assim muito longe dos 25 euros acordados para 2010 (para 475 euros), considerando aquela actualização como impraticável face à crise.

Ora, como diz Carvalho da Silva, esta posição dos patrões é uma grande falácia a que se somam outras: Por um lado cultivam a "institucionalização da crise" a servir de pretexto para "limitar negociações" agora e no futuro, por outro, porque este montante, no conjunto da massa salarial, representa um valor insignificante, estimado à volta de 0,5 por cento, por fim, porque os custos salariais são apenas um elemento dos custos de trabalho e seguramente, não o mais importante.

É interessante constatar que são sempre os custos salariais a serem "convocados" quando se fala em dificuldades das empresas, raramente sendo chamados os restantes custos (do negócio) e destes os mais evidentes, como a electricidade, as comunicações, os juros de empréstimos, para me ficar apenas pelas áreas de negócio que dão chorudos lucros.

Pois é, eles protegem-se uns aos outros. Lastimável é estarem sempre com a mesma ladainha.
Meus senhores, nenhum trabalho a tempo inteiro (e nas condições em que a maior parte deles é executado - sem horários fixos, sem condições e sem direitos dignos) merece um salário de 475 euros. Deixem-se de tretas! Esse choradinho já não cola!

Triste, muito triste é verificar que o salário mínimo em 2009 vale hoje menos que o salário mínimo em 1974. Uma vergonha e uma exploração dos novos e velhos ricos. O 25 de Abril não foi feito para isto.
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