sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Ganhar milhões sem pagarem impostos: um privilégio que o Governo não quer resolver

O Governo podia, desde já, acabar com a isenção do pagamento de impostos sobre os ganhos nas bolsas, podia não podia? Podia! Está no programa eleitoral com o que o PS se apresentou às eleições legislativas. Mas não era a mesma coisa. Seria contrariar a sua própria natureza; a de incumpridor de promessas.

Quando a crise afecta de forma severa os trabalhadores e a maioria das famílias atravessa grandes dificuldades o Governo define muito bem as suas prioridades; proteger os ricos e poderosos. Fazer que sejam os do costume, os mais necessitados, a pagar a crise de que não são responsáveis.

No ano de 2009, 10 (dez) dos maiores "trutas" deste país, ganharam em transacções bolsistas - que não acrescentam riqueza ao país - cinco mil milhões de euros, repito, CINCO MIL MILHÕES de euros. Por este rendimento NÃO PAGARAM UM CÊNTIMO DE IMPOSTOS. Se fosse um rendimento de trabalho pagariam 42 por cento de IRS.

No Facebook (registar-se como amigo para aceder) em resposta a uma pergunta minha, Louçã respondeu-me assim: "Exactamente, Fernando. Se estes senhores tivessem comprado as acções no dia 1 de janeiro de 2009 e vendido exactamente no dia 2 de janeiro de 2010, segundo a lei actual pagariam zero cêntimos, mas se o imposto fosse um mínimo de 20% pagariam o suficiente para 3 anos do aumento do acesso ao subsídio de desemprego para milhares de pessoas necessitadas - e ainda lhes sobravam 800 milhões. O PS prometeu e foi mais uma das mentiras da campanha eleitoral."

É justo isto? Não é, não pode ser. Este rendimento deve ser sujeito a imposto como acontece em muitos países europeus. É bem revelador do carácter de Sócrates e Cª. A taxação de uma parte dos prémios aos gestores da banca não passa assim de uma panaceia para encobrir as verdadeiras escolhas do PS e do Governo.

Aqui fica a lista do que ganharam os 10, em mais-valias da bolsa, sem pagarem um cêntimo de impostos:

Américo Amorim (Galp), 1175 milhões

Soares dos Santos (Jerónimo Martins), 1075 milhões

Belmiro de Azevedo (Sonae), 811 milhões

Vasco de Melo (Brisa), 383 milhões

Ricardo Salgado (BES), 371 milhões

Pedro Duarte (Teixeira Duarte), 361 milhões

Queiroz Pereira (Semapa), 263 milhões

Nuno Vasconcelos (Ongoing), 202 milhões

Manuel Fino (Cimpor), 185 milhões

António Mota (Mota-Engil), 177 milhões
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