
O que não se percebe, na proposta do PS, senão à luz de cagaços eleitorais (o que em linguagem corrente se designa como hipocrisia) é a de não permitir, por vontade própria e declarada, a adopção de crianças, criando uma nova discriminação e afirmando assim uma categoria inferior aos casamentos de pessoas do mesmo sexo.
São escolhas. Oportunistas e hipócritas, quanto a mim: em que o que conta e contou foram e são os cálculos eleitorais e não o de resolver o verdadeiro problema; acabar com a discriminação na lei sobre os homossexuais. E de caminho, aproveitando o ensejo, arrumar de vez com esta irritante discussão, vestida de preconceitos e moralismos achincalhantes, que diminuem e a discriminam outras pessoas, apenas porque, por sorte ou azar do acaso, são diferentes nos seus gostos e amores, concedendo-lhes todos os direitos, nomeadamente o direito da adopção de crianças … que apenas "exigem" ser amadas.
* de um poema de Álvaro de Oliveira.