Deixo-vos com o inédito destes "artistas de variedade". A cantiga é uma arma, pois claro!
Quando assinas, e é de cruz
e a certeza
faz parte
e mais tarde vês ruir
a fortaleza,
faz parte
Faz parte
arte que tens em mentir
nem que seja a ti mesmo
(faz parte)
parte que tens por abrir
não querer mais do mesmo
Ah que se desvende o vento
e dentro,
o sangue, mais além
da ilusão das eficácias
Vem do corpo o pensamento
e à tempestade
larga o sangue
é o retorno das audácias
é o retorno das audácias
a energia do desejo
de ir por hoje além
Quando aos poucos
dás o flanco
e dás em justificar-te
frente ao espelho
e frente aos outros
de que fazias parte
Em que dia e porque foi
que viraste ás avessas
faz parte
agarrado a um vão labor
juntar de novo as peças
Ah que se desvende o vento (...)
Quando segues
cegamente
um equívoco estandarte
e depois
de embandeirado
não sabes despegar-te
Quer amor, quer ódio
põe por ora tudo a zeros
faz parte
começa a contar, confere
o livro dos valores
Ah que se desvende o vento (...)
Letra - Sérgio Godinho
Música - José Mário Branco, Sérgio Godinho
Interpretação - José Mário Branco, Sérgio Godinho, Fausto Bordalo Dias