quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

A manifestação "pelas liberdades": uma iniciativa que serve a estratégia de vitimização de Sócrates

A minha opinião sobre Sócrates é conhecida: acho-o um presunçoso, um mau carácter, alguém que lida mal com a verdade, com a critica, com os compromissos. Um deslumbrado pelo poder, arrogante e autoritário, mesmo "ameaçador" para quem dele discorda.

Sócrates, tem visto o seu nome envolvido em inúmeros casos, todos eles degradantes do sistema político democrático, da classe política e da própria imagem do país, enquanto Primeiro-ministro. O direito à presunção de inocência é sagrado. Mas as suspeitas existem e Sócrates não as sabe lidar com elevação. Pelo contrário, dispara em todas as direcções. Contudo, argumente como argumentar, as suspeitas em alguns casos são muito fortes, nalguns casos, confrontam-o mesmo com crimes graves contra o Estado de Direito que nenhuma ilegalidade formal pode esconder e com as suas mentiras.

Uma coisa são as formalidades, os cirúrgicos segredos de justiça desvendados, as escutas ilegais ... ou não, os ouvidos afinadas em conversas particulares, o jornalismo de buraco de fechadura. Inaceitáveis, talvez. Impróprios, provavelmente. "Ao homem", certamente.

Mas, nada, mesmo nada, pode inabilitar o que foi ouvido, o que foi visto, o que foi escutado: do que importa, obviamente ... expurgando as referências pessoais que não interessem. O caso TVI é grave! A revelação pública do despacho do Juiz de Aveiro, trazido à luz pelo Sol e Correio da Manhã são demasiados graves para serem ignorados. Os indícios de uma conspiração planeada, envolvendo pessoas estrategicamente colocadas em pontos-chave, visando "apagar" um órgão de comunicação "hostil", afastar jornalistas e programas, devem ser investigados até ao fim! Estão em causa, princípios de um Estado democrático: a liberdade de imprensa e a liberdade de opinião! E estão em causa abusos de autoridade, de poder, de influências que põem em causa os alicerces de um Estado de Direito, como refere o Juiz de Aveiro e que não foram tidos em conta pelo Procurador e pelo Juiz do Supremo o que faz temer, igualmente, pela independência e o equilíbrio dos poderes.

Rigor, verdade, responsabilidade, ética, integridade, transparência, são princípios de um Estado democrático e dos agentes políticos que andam pelas ruas da amargura e que já ninguém parece acreditar, lamentável e perigosamente.

Por fim e porque está anunciada uma manifestação "pelas liberdade" e a correr uma petição no mesmo sentido, uma opinião em duas ou três linhas. Não concordo com a manifestação! Porque na sua génese, não está a defesa das liberdade em concreto - liberdades que alguns dos promotores, pessoas de direita e apoiantes de políticas restritivas nas mesmas posições e nas mesmas circunstâncias, fariam de igual modo, estou convicto -, porque, embora graves, não me parecem estar em causa as liberdades, mas apenas tentações de uma pessoa e acólitos, sem possibilidade de vingar, porque ainda acabam por favorecer Sócrates na sua estratégia de vitimização. Penso que neste momento é importante o relato nos média, a intervenção acutilante na blogosfera e também a criação da comissão de inquérito na Assembleia da República.
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