segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Mário Crespo: ser ou não ser ou a liberdade de opinião.


Mário Crespo diz o que disse e não sei se fala verdade.
Parece-me contudo um pouco surrealista que o Primeiro-ministro José Sócrates, o Ministro de Estado Pedro Silva Pereira, o Ministro de Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão e um executivo de televisão, encontrando-se num almoço de um Hotel de Lisboa, conversem, incautos, num tom audível nas mesas ao redor, sobre a figura de Mário Crespo em termos ofensivos e exprimindo uma incomodidade com a sua relevância mediática, como jornalista e como opinante, ao ponto de o considerarem "um problema" a precisar de uma "solução". De facto não parece ser normal que se conspire contra um jornalista num espaço público, à luz do dia, numa mesa de um restaurante, perto dos ouvidos de outros.

Mas, mesmo não parecendo verosímil lá que podia ser, podia ser. Os exemplos, de tentar silenciar vozes incómodas ao Governo e a Sócrates, são mais que muitos. O Jornal de Sexta-Feira da TVI, o "afastamento de José Eduardo Moniz, a saída de José Manuel Fernandes do Público, o controlo "editorial" sobre a maioria dos jornais, o problema Marcelo Rebelo de Sousa, a tentativa de asfixia financeira com a retirada de publicidade do Estado nos meios de comunicação "hostis", etc. E que Mário Crespo estava (está) a ser incómodo estava. Vê-se e sente-se.

Dito isto, dizer que também não tenho em boa conta Mário Crespo, como profissional e pessoal e politicamente. Uma questão de gosto e palpites. Baseados na suas opiniões, nas entrevistas que deu e que faz, na forma como conduz os seus programas, servil e bajuladora com uns e fingida e emproada com outros. E finalmente nas suas posições políticas "variáveis", consoante os ventos e os tempos, enfim, oportunistas.

Mas, obviamente o JN deveria ter publicado a sua crónica. Aquele espaço era a coluna de opinião de Mário Crespo. Alegar que era uma notícia que carecia de ouvir a outra parte não cola. Mário Crespo fala em várias fontes. O Jornal sempre poderia (pode, poderá) em qualquer momento ouvir a outra parte.
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