Sócrates é alguém que me irrita sobremaneira. Nada dele me inspira confiança. Ouço-o e digo logo que está a mentir. Todas estas medidas apresentadas para combater o défice e o endividamento, agora no PEC, ainda há uns poucos meses atrás, faziam Sócrates desembainhar a espada, combatendo desabridamente todos os que se atreviam a o contrariar. Com a desfaçatez e falta de vergonha que se lhe reconheçe, recupera agora algumas delas, como sendo agora boas e como se não houvesse um antes, em que eram muito más. Mas as suas palavras estão registadas para memória dos mais "distraídos". Sócrates é também um troca-tintas.
Com o PEC espera-nos o mesmo de sempre: sacrifícios e mais sacrifícios aos de sempre e ao país a delapidação do património público. Com a diminuição dos salários, com o enorme desemprego, com as famílias sem poder de aquisição, como dinamizar a economia se as pessoas não podem comprar? Adivinho o pior: A falência das pequenas empresas e do pequeno comércio e mais desemprego. E ao privatizar empresas estratégicas como assegurar o serviço público? Como levar a carta a Garcia? Como perceber a venda de empresas públicas rentáveis? Depois dos anéis vão os dedos!
Onde fica o investimento público tão reclamado e necessário para a economia reclamado por Sócrates e de que agora abdica? Onde fica o ataque à classe média, com o fim de benefícios fiscais, em sede de IRS, onde existir oferta pública, como na saúde e educação ou nos PPR's, tão vilipendiados quando defendidos pelo Bloco?
E onde entra a parte da contribuição dos ricos? Porque não se acaba com a indecência das fortunas obtidas em bolsa em mais-valias, não pagarem um cêntimo de impostos se fruídas há mais de um ano? Porque não se acaba com os privilégios de um IRC mais baixo dos Bancos? Porque não um imposto solidário sobre as grandes fortunas? Porque não se acabam com as mordomias, os serviços inúteis, o esbanjamento com as assessorias?
Está na hora. Está na hora de fazer a luta toda!
Independente dos resultados atuais, os trabalhadores continuarão lutando
pelo seu próprio tempo. Por Davi