
Estava tudo muito calmo. As línguas tocaram-se muito de leve. Ele tomou-a só para si. Arrepanhou-a pela força dos seus lábios sequiosos, para dentro da sua boca, com tanta vontade que nem reparou no gesto mais brusco. Ela não se desfez. Apenas o leve gemido o alertara.
Ela suave e compreensivelmente pousou generosamente os seus lábios nos dele e respondeu-lhe com uma leve mordidela no lábio inferior. Era o sinal de cumplicidade e de ousadia que ambos esperavam. Os corpos já estavam seminus.
O desejo era muito forte. Ele não estava a conseguir resistir àquele corpo com corpo. Aos beijos afectuosos dela percorrendo o seu corpo ele já não correspondia. Estava extasiado, seu corpo arrepiava-se, quase não se sentia a sua respiração, não conseguia reagir.
Os olhos dele brilhando, denunciavam-no. Ele não conseguia esconder a vontade, o desejo indómito de a tomar selvaticamente. Ele não estava a conseguir conter-se. Ela percebeu-o bem na troca de olhares ligeiro que se seguiu.
Ela enérgica, avançou. Desabotoou-lhe os botões das calças enquanto lhe mordia levemente os bicos dos seus peitos até sentir um leve gemido. Ela estava a desbravar terreno. A conquistar tempo e espaço. A gozar o momento e o tempo. Ela estava a gerir o tempo. Tinham tempo. Havia muito tempo pela frente.
Ele estava mais inquieto. A ânsia estava estampada no seu rosto. Ele comprazia-se… Com um pequeno gesto de corpo, ele deixou escorregar as calças pelas pernas abaixo. Ela baixou-se e suavemente tirou-lhe a última peça de roupa que faltava.
Depois… depois, agarrou-lhe no pénis já duro e levantando os olhos, como que a dizer; “pronto, amor, cheguei” num gesto sublime e único, meteu o pénis dele na sua boca até onde conseguiu entrar, apertou-o forte com os lábios e o corpo dele todo tremeu.
(publicado no Foice dos Dedos em Julho de 2007)