quinta-feira, 30 de abril de 2009
O 1º de Maio. "Lutas velhas canto novo..."
quinta-feira, abril 30, 2009
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Fernando

O 25 de Abril é festa, alegria, celebração. O 1º de Maio é luta, protesto, reivindicação. No 25 de Abril cabem todos ("cravo vermelho ao peito/ a muitos fica bem/ sobretudo faz jeito/ a certos filhos da mãe") os democratas. O 1º de Maio é sobretudo dos trabalhadores. No 25 de Abril não fica bem contestar contendores políticos (aconteceu com dirigentes do PS). O 25 de Abril é sobretudo liberdade e democracia. Mas no 1º de Maio fica muito bem. Assobiar, insultar, combater politicamente: o governo, os patrões, os partidos, todos quantos escolhem ficar do lado dos poderosos, contra os direitos e as reivindicações legitimas dos trabalhadores e do povo mais sofrido. "Ontem" celebrou-se Abril. Amanhã comemora-se o dia em que os trabalhadores, em 1886, em Chicago, encheram as ruas pela primeira vez (alguns dos quais foram mortos por esta causa) a reivindicar a redução da jornada de trabalho para as 8 horas diárias. Em Portugal (na maior parte das cidades, pelo menos -e de há muitos anos)os sindicatos cumprem um ritual. Um ritual que vale tanto ou menos que outros rituais: um dia feriado apenas. E venham os ranchos folclóricos, as provas desportivas e o comício do costume. Comigo não contam. O meu 1º de Maio este ano vai ser passado a ouvir Pedro Barroso, mais depois à noitinha, em Ponte de Lima, no Teatro Diogo Bernardes, sem ter nada a ver com as comemorações. Provavelmente, apesar deste espectáculo se integrar nos seus 40 anos de carreira, não vou ouvir "lutas velhas/ canto novo/ que a resistência do Povo/ também se faz a cantar/" mas que é verdade é, ainda hoje. Que o diga José Mário Branco, principalmente.
terça-feira, 28 de abril de 2009
Ser livre é poder optar sem medos.
terça-feira, abril 28, 2009
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Fernando


segunda-feira, 27 de abril de 2009
Tenham medo, muito medo ...os radicais esquerdistas andam muito activos
segunda-feira, abril 27, 2009
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Fernando

Ui, tanta gente assustada! O Bloco de Esquerda, parece mesmo estar a apavorar muita gente, tementes de um crescimento eleitoral (que sucessivas sondagens antevêem), mas sobretudo pelo que parece ser, uma aceitação das suas propostas e ideias que, pasme-se "estão a inflamar as consciências dos portugueses e a colocar em causa as democracias ocidentais, sobre o manto de uma pretensa moralização do sistema e da própria democracia", mas que apenas visam, (muito cuidado), fazer um ataque aos ricos ...porque sim. Inveja, talvez, direi eu! A continuar assim não demora nada, avizinha-se uma revolução de contornos "totalitários". Cuidem-se ricos! Os esquerdistas, radicais, comunistas, anarquistas e afins, andam, por aí.
A propósito ou não, leiam um excelente artigo de Francisco Louçã no esquerda.net ...colocando os pontos nos is contra a contra-propaganda e um certo medo que nos procuram incutir.
A propósito ou não, leiam um excelente artigo de Francisco Louçã no esquerda.net ...colocando os pontos nos is contra a contra-propaganda e um certo medo que nos procuram incutir.
sábado, 25 de abril de 2009
“faltam cinco minutos para as vinte e três horas…
sábado, abril 25, 2009
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Fernando

Convosco, Paulo de Carvalho com o Eurofestival 74, E Depois do Adeus "
Foram estas as primeiras palavras do início da arrancada do 25 de Abril, lidas por João Paulo Dinis aos microfones dos Emissores Associados de Lisboa. A canção "E depois do Adeus" era a 1ª senha do Movimento das Forças Armadas.
Mas foi com a canção, Grândola, Vila Morena de José Afonso, a 2ª senha, que o movimento para o derrube do regime avançou definitivamente. Esta canção de José Afonso, foi para o ar, à meia-noite e vinte, colocada por Manuel Tomás, no programa Limite da Rádio Renascença, acompanhado da leitura da primeira quadra.
E às 04,20 minutos da madrugada do 25 de Abril, por Joaquim Furtado era lido o primeiro comunicado do Movimento das Forças Armadas:
"Aqui Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas.
As Forças Armadas Portuguesas apelam para todos os habitantes da cidade de Lisboa no sentido de recolherem a suas casas, nas quais se devem conservar com a máxima calma. Esperamos sinceramente que a gravidade da hora que vivemos não seja tristemente assinalada por qualquer acidente pessoal para o que apelamos para o bom senso dos comandos das forças militarizadas no sentido de serem evitados quaisquer confrontos com as Forças Armadas. Tal confronto, além de desnecessário, só poderá conduzir a sérios prejuízos individuais que enlutariam e criariam divisões entre os portugueses, o que há que evitar a todo o custo.
Não obstante a expressa preocupação de não fazer correr a mínima gota de sangue de qualquer português, apelamos para o espírito cívico e profissional da classe médica, esperando a sua acorrência aos hospitais, a fim de prestar a sua eventual colaboração que se deseja, sinceramente, desnecessária.
"Foi tão linda a festa pá!"
"Foi um sonho lindo que acabou!"
25 de Abril sempre!
Foram estas as primeiras palavras do início da arrancada do 25 de Abril, lidas por João Paulo Dinis aos microfones dos Emissores Associados de Lisboa. A canção "E depois do Adeus" era a 1ª senha do Movimento das Forças Armadas.
Mas foi com a canção, Grândola, Vila Morena de José Afonso, a 2ª senha, que o movimento para o derrube do regime avançou definitivamente. Esta canção de José Afonso, foi para o ar, à meia-noite e vinte, colocada por Manuel Tomás, no programa Limite da Rádio Renascença, acompanhado da leitura da primeira quadra.
E às 04,20 minutos da madrugada do 25 de Abril, por Joaquim Furtado era lido o primeiro comunicado do Movimento das Forças Armadas:
"Aqui Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas.
As Forças Armadas Portuguesas apelam para todos os habitantes da cidade de Lisboa no sentido de recolherem a suas casas, nas quais se devem conservar com a máxima calma. Esperamos sinceramente que a gravidade da hora que vivemos não seja tristemente assinalada por qualquer acidente pessoal para o que apelamos para o bom senso dos comandos das forças militarizadas no sentido de serem evitados quaisquer confrontos com as Forças Armadas. Tal confronto, além de desnecessário, só poderá conduzir a sérios prejuízos individuais que enlutariam e criariam divisões entre os portugueses, o que há que evitar a todo o custo.
Não obstante a expressa preocupação de não fazer correr a mínima gota de sangue de qualquer português, apelamos para o espírito cívico e profissional da classe médica, esperando a sua acorrência aos hospitais, a fim de prestar a sua eventual colaboração que se deseja, sinceramente, desnecessária.
"Foi tão linda a festa pá!"
"Foi um sonho lindo que acabou!"
25 de Abril sempre!
sexta-feira, 24 de abril de 2009
sábado, 18 de abril de 2009
Até um dia.
sábado, abril 18, 2009
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Fernando

Hoje é um dia triste, muito triste para mim, numa noite que prometia. Durante uns tempos ou definitivamente, o blog fecha. E os comentários também. As minhas desculpas a todos os que por aqui vão passando e fazendo-me companhia. Obrigado e até um dia.
sexta-feira, 17 de abril de 2009
25 músicas, 25 cantores de Abril (XVI)
sexta-feira, abril 17, 2009
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Fernando

O Futuro
Isto vai meus amigos isto vai
um passo atrás são sempre dois em frente
e um povo verdadeiro não se trai
não quer gente mais gente que outra gente
Isto vai meus amigos isto vai
o que é preciso é ter sempre presente
que o presente é um tempo que se vai
e o futuro é o tempo resistente
Depois da tempestade há a bonança
que é verde como a cor que tem a esperança
quando a água de Abril sobre nós cai.
O que é preciso é termos confiança
se fizermos de maio a nossa lança
isto vai meus amigos isto vai.
José Carlos Ary dos Santos
25 músicas, 25 cantores de Abril (XV)
sexta-feira, abril 17, 2009
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Fernando

Elogio da dialéctica
A injustiça passeia pelas ruas com passos seguros.
Os dominadores se estabelecem por dez mil anos.
Só a força os garante.
Tudo ficará como está.
Nenhuma voz se levanta além da voz dos dominadores.
No mercado da exploração se diz em voz alta:
Agora acaba de começar:
E entre os oprimidos muitos dizem:
Não se realizará jamais o que queremos!
O que ainda vive não diga: jamais!
O seguro não é seguro. Como está não ficará.
Quando os dominadores falarem
falarão também os dominados.
Quem se atreve a dizer: jamais?
De quem depende a continuação desse domínio?
De quem depende a sua destruição?
Igualmente de nós.
Os caídos que se levantem!
Os que estão perdidos que lutem!
Quem reconhece a situação como pode calar-se?
Os vencidos de agora serão os vencedores de amanhã.
E o "hoje" nascerá do "jamais".
Bertold Brecht
25 músicas, 25 cantores de Abril (XIV)
sexta-feira, abril 17, 2009
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Fernando

Somos livres
Ontem apenas
fomos a voz sufocada
dum povo a dizer não quero;
fomos os bobos-do-rei
mastigando desespero.
Ontem apenas
fomos o povo a chorar
na sarjeta dos que, à força,
ultrajaram e venderam
esta terra, hoje nossa.
Uma gaivota voava, voava,
assas de vento,
coração de mar.
Como ela, somos livres,
somos livres de voar.
Uma papoila crescia, crescia,
grito vermelho
num campo qualquer.
Como ela somos livres,
somos livres de crescer.
Uma criança dizia, dizia
“quando for grande
não vou combater”.
Como ela, somos livres,
somos livres de dizer.
Somos um povo que cerra fileiras,
parte à conquista
do pão e da paz.
Somos livres, somos livres,
não voltaremos atrás.
Letra e música: Ermelinda Duarte
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Incompetentes e palhaços (sem ofensa para os palhaços)
quinta-feira, abril 16, 2009
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Fernando

O Governo admite alterar a fórmula de actualização das pensões que, recorde-se, estão indexadas ao comportamento da economia, sendo que mesmo assim, em períodos de crescimento económico, as pensões baixas e médias não recuperavam, face aos baixos valores de origem, nem tão-pouco acompanhavam, em igual medida, o ritmo de crescimento, situação que sempre foi denunciada pela CGTP e pelos partidos de oposição. Com a economia em recessão os valores das pensões estão a perder mais valor todos os dias, levando o Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, Vieira da Silva, a admitir pela primeira vez, a possibilidade de alterar as regras de actualização, dando assim razão, às oposições.
O Governo parece ter entrado numa fase nova: agora está disposto a aceitar tudo o que antes tinha combatido, num perfeito desnorte que a proximidade das eleições não explicam tudo: eu chamo-lhes incompetentes. Depois de terem desenvolvido políticas assentes num neo-liberalismo económico, agora dizem combatê-lo. Depois de chamarem todos os nomes, a quem defendia o fim dos Off-shores, agora afirmam que são a fonte de todos os males, depois de estarem contra a abertura do sigilo bancário, porque que afastaria os depositantes de Portugal, preparam-se para apoiar a proposta do Bloco de Esquerda. Quando antes votaram contra o pacote de propostas de Cravinho contra a corrupção, agora ... vão pensar no assunto.
Um dia destes ainda vou ver o Sócrates a fumar.
O Governo parece ter entrado numa fase nova: agora está disposto a aceitar tudo o que antes tinha combatido, num perfeito desnorte que a proximidade das eleições não explicam tudo: eu chamo-lhes incompetentes. Depois de terem desenvolvido políticas assentes num neo-liberalismo económico, agora dizem combatê-lo. Depois de chamarem todos os nomes, a quem defendia o fim dos Off-shores, agora afirmam que são a fonte de todos os males, depois de estarem contra a abertura do sigilo bancário, porque que afastaria os depositantes de Portugal, preparam-se para apoiar a proposta do Bloco de Esquerda. Quando antes votaram contra o pacote de propostas de Cravinho contra a corrupção, agora ... vão pensar no assunto.
Um dia destes ainda vou ver o Sócrates a fumar.
terça-feira, 14 de abril de 2009
Compreender a crise
terça-feira, abril 14, 2009
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Fernando

Entre Janeiro e Abril deste ano, em apenas três meses, o Banco de Portugal alterou as suas estimativas de evolução da economia em Portugal de forma drástica. É caso para dizer: esta gente ou é tremendamente incompetente ou anda muito distraída ou anda a fazer fretes a alguém. Por mim, inclino-me para as três hipóteses, juntas. E assim se explica uma crise: lideres económicos incompetentes, políticas económicas e sociais erradas, responsáveis políticos ao serviço dos ricos e poderosos.
25 músicas, 25 cantores de Abril (XIII)
terça-feira, abril 14, 2009
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Fernando

Esta menina a dançar - João Lóio
Esta menina a dançar
Esta menina a dançar
Tem um jeito a balançar
Que não deixa de sorrir
No chorinho mais rasgado
Seu corpo tão doirado
Faz o rastilho subir
Finjo que não é comigo
Faço conta não ligo
E ponho os olhos no chão
E ao som do cavaquinho
Faço oração baixinho
Para ser meu seu coração
Esta menina é veneno
Ainda faz um novo aceno
Quer matar-me de paixão
Ao compasso do chorinho
A bater o seu pezinho
Encheu-me de solidão
Não deu conta do estrago
Seu corpo desvairado
O meu peito fez ruir
Pois à luz do seu gingado
Fico logo enfeitiçado
E já não posso dormir
Esta moça está doente
Ela dança impunemente
Bate palminhas na mão
Ela brinca com o vento
Seu corpo dá o tempo
O seu riso é uma canção
E até o surdo se dói
Do choro que ela constrói
Tem que olhar para aprender
E no ronco da cuíca
Ouve-se uma inveja aflita
Por ser ela a estremecer
Esta moça está doente
Ela dança impunemente
Bate palminhas na mão
Ela brinca com o vento
Seu corpo dá o tempo
O seu riso é uma canção
E até o surdo se dói
Do choro que ela constrói
Tem que olhar para aprender
E no ronco da cuíca
Ouve-se uma inveja aflita
Por ser ela a estremecer
Letra: João Lóio
Música: João Lóio
Álbum: Encontros
segunda-feira, 13 de abril de 2009
Condenada ao fracasso
segunda-feira, abril 13, 2009
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Fernando

O apelo a uma convergência das forças de esquerda para concorrerem unidas ao município de Lisboa é uma ideia eventualmente bem-intencionada mas condenada ao fracasso, mesmo que, realizando-se as eleições em Outubro, houvesse ainda tempo para desenhar um programa político minimamente consistente e capaz de juntar consensos, em volta das linhas fundamentais dos projectos de cada uma e de todas as forças de esquerda envolvidas.
Uma unidade prática destas forças, sem predomínio de nenhuma delas (embora naturalmente encabeçada por António Costa), apostadas apenas na causa pública, na transparência e rigor das decisões com uma componente forte de participação popular, com um programa de reabilitação e requalificação da cidade, nas áreas do urbanismo, da habitação, dos transportes, do ambiente, da limpeza urbana, num modelo de mobilidade das pessoas e viaturas ajustado, no aproveitamento dos recursos técnicos e humanos municipais, numa reorganização dos serviços, reestruturação das empresas municipais, no saneamento financeiro, seria um passo importante para recuperar Lisboa e marcar, pelo exemplo, uma política de urbanismo em todo o país..
Contudo, este apelo está condenado à partida por várias razões, das quais a primeira responsabilidade é a de António Costa. Cito sete exemplos: a) a de não tomar a iniciativa, como representante do maior partido, de conversar com as outras forças b) a de, face à impossibilidade legal de coligações com movimentos, como o de Helena Roseta, não ter apresentado uma alternativa aceitável que integrasse aquele movimento na convergência c) a de não abdicar dar uma mãozinha ao Governo e ao partido, a pensar noutras eleições, tirando partido do momento d) a de não propor apresentarem-se como uma lista de cidadãos, sem símbolos partidários, apoiada pelos partidos, mas sem a participação dos principais responsáveis, para evitar confusões e oportunismos e)o de ter desferido no congresso do PS um violento ataque ao Bloco acusando-o de parasita.
Se a isto juntarmos um PCP que recusa acordos com o PS de Sócrates (mesmo municipais), como já o tinha feito nas eleições de 2005, misturando eleições de tipo diferente (quando não teve pejo em fazer acordos, agora e no passado, com o PSD) e com um Bloco de Esquerda, extemporaneamente a decidir em Convenção Nacional, não fazer coligações nas autarquias com o PS (e a direita naturalmente), está tudo dito: Não vai haver convergências de esquerda em Lisboa!
E pese as boas intenções de algumas pessoas que fazem este apelo de forma genuína, ele só serve, neste momento, o PS, Sócrates e António Costa que aproveitarão, demagogicamente este falhanço, para responsabilizar os partidos de esquerda, com a cassete do costume: são forças extremistas, de contra-poder, apenas sabem criticar, recusam assumir responsabilidades executivas.
Uma unidade prática destas forças, sem predomínio de nenhuma delas (embora naturalmente encabeçada por António Costa), apostadas apenas na causa pública, na transparência e rigor das decisões com uma componente forte de participação popular, com um programa de reabilitação e requalificação da cidade, nas áreas do urbanismo, da habitação, dos transportes, do ambiente, da limpeza urbana, num modelo de mobilidade das pessoas e viaturas ajustado, no aproveitamento dos recursos técnicos e humanos municipais, numa reorganização dos serviços, reestruturação das empresas municipais, no saneamento financeiro, seria um passo importante para recuperar Lisboa e marcar, pelo exemplo, uma política de urbanismo em todo o país..
Contudo, este apelo está condenado à partida por várias razões, das quais a primeira responsabilidade é a de António Costa. Cito sete exemplos: a) a de não tomar a iniciativa, como representante do maior partido, de conversar com as outras forças b) a de, face à impossibilidade legal de coligações com movimentos, como o de Helena Roseta, não ter apresentado uma alternativa aceitável que integrasse aquele movimento na convergência c) a de não abdicar dar uma mãozinha ao Governo e ao partido, a pensar noutras eleições, tirando partido do momento d) a de não propor apresentarem-se como uma lista de cidadãos, sem símbolos partidários, apoiada pelos partidos, mas sem a participação dos principais responsáveis, para evitar confusões e oportunismos e)o de ter desferido no congresso do PS um violento ataque ao Bloco acusando-o de parasita.
Se a isto juntarmos um PCP que recusa acordos com o PS de Sócrates (mesmo municipais), como já o tinha feito nas eleições de 2005, misturando eleições de tipo diferente (quando não teve pejo em fazer acordos, agora e no passado, com o PSD) e com um Bloco de Esquerda, extemporaneamente a decidir em Convenção Nacional, não fazer coligações nas autarquias com o PS (e a direita naturalmente), está tudo dito: Não vai haver convergências de esquerda em Lisboa!
E pese as boas intenções de algumas pessoas que fazem este apelo de forma genuína, ele só serve, neste momento, o PS, Sócrates e António Costa que aproveitarão, demagogicamente este falhanço, para responsabilizar os partidos de esquerda, com a cassete do costume: são forças extremistas, de contra-poder, apenas sabem criticar, recusam assumir responsabilidades executivas.
25 músicas, 25 cantores de Abril (XII)
segunda-feira, abril 13, 2009
-
Fernando

(não consegui encontrar a letra. Música dedicada a Zeca Afonso, pela Televisão da Galiza, com José Medeiros acompanhado aqui por Dulce Pontes e Uxia.)
domingo, 12 de abril de 2009
25 músicas, 25 cantores de Abril (XI)
domingo, abril 12, 2009
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Fernando

Queda do Império
Perquntei ao vento
onde foi encontrar
mago sopro encanto,
nau de vela em cruz.
Foi nas ondas do mar
do mundo inteiro,
terras de perdição,
parco Império, mil almas
por pau de canela e marzagão.
Pátria de negreiros
vive e foge a morte,
que a sorte é de quem
a terra amou
e no peito guardou
cheiro de mato eterno,
laranja Luanda sempre em flor.
(repete)
Letra: Vitorino
Música: Vitorino (c/Filipa Pais)
Álbum: Flor de la Mar
sábado, 11 de abril de 2009
25 músicas, 25 cantores de Abril (X)
sábado, abril 11, 2009
-
Fernando

Nada sei, tudo sei
Não sei como falar-te do meu caminho
Nem sei como dizer-te porque és flor
Só sei que ando perdido longe e distante
Quando vivo estranhos sonhos de amor
No canto quando espreito a tua imagem
Não sei se hei-de partir se hei-de ficar
Nem sei se o meu percurso é de viagem
Se fique preso á luz do teu olhar
No campo quando espreito a tua imagem
Não sei se hei-de partir se hei-de ficar
Nem sei se o meu percurso é de viagem
Se fique preso à luz do teu olhar
Não sei como dizer-te quanto te amo
Como devem as crianças acordar
Deste sonho que é uma primavera
Que dá frutos antes de semear
No campo quando espreito a tua imagem
Não sei se hei-de partir se hei-de ficar
Nem sei se o meu percurso é de viagem
Se fique preso à luz do teu olhar
No campo quando espreito a tua imagem
Não sei se hei-de partir se hei-de ficar
Nem sei se o meu percurso é de viagem
Se fique preso à luz do teu olhar
Não sei como falar-te do meu caminho
Nem sei como dizer-te porque és flor
Só sei que ando perdido longe e distante
Quando vivo estranhos sonhos de amor
Letra: Francisco Naia
Música: Francisco Naia
Álbum: Cantes d'Além Tejo
sexta-feira, 10 de abril de 2009
25 músicas, 25 cantores de Abril (IX)
sexta-feira, abril 10, 2009
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Fernando

Cantigueiro
Penares de outrora
são feitos versos
sangue das nossas mãos
A noite corre
por todo o corpo
e os amigos são mais que irmãos
Cada janela trás o vento
vento que gela em vão
Mais frio trás
o quadrado negro
das grades da frustração
Morremos pelo sonho que sonhamos
Mau pregador
justo auditório
Pior a pregação
Verdades ditas
fora de tempo
e o pregador vai para a prisão.
Não há fiança
pró cantigueiro
e ele nem dinheiro tem
Se viu demais
que arranque os olhos
e a vida correrá bem
Sonhou curar
a humanidade
dos mil podres que tem
Mas só dum toque
nas negras chagas
morreu de peste também
Se tal soubesse
não cantaria
tudo o que já cantei
Só tem licença
de cantigueiro
quem for o bobo do rei
Letra: Samuel
Música: Samuel
Álbum: O cantigueiro
quinta-feira, 9 de abril de 2009
Sócrates e Durão, a mesma família política: a família do Bloco Central de interesses!
quinta-feira, abril 09, 2009
-
Fernando

O apoio de Sócrates a Durão Barroso, a um novo mandato, tendo como motivo, pretensas vantagens para o nosso país, por ser um português a presidir à Comissão Europeia, revela um pensamento que mostra o carácter de uma pessoa.
Oferecer um apoio visando obter dividendos futuros, em benefício próprio ou de outros, por muito justos que se afigurem, denunciam uma personalidade perversa, uma tendência a encarar a cunha, a troca de favores, o clientelismo, o “amiguismo”, enfim aquilo que poderíamos designar, como a cultura de pequena corrupção, pelo menos. A um responsável deve pedir-se, isenção, rigor, transparência, equidade e integridade moral. Esperar proveitos por ser dos “nossos” é contrário à ideia de justiça, de um tratamento sem favores e de respeito pelos direitos dos outros, no mesmo plano da igualdade de direitos e oportunidades.
Por outro lado, para quem se afirma Europeu e contra os proteccionismos nacionais, esta posição é uma verborreia nacionalista de puro oportunismo eleitoralista. Não! O apoio de Sócrates a Durão Barroso não tem nada a ver com os interesses de Portugal! O apoio de Sócrates insere-se no apoio oportunista a um igual a ele. A um da sua família política. A família do Bloco central de interesses. Que nojo!
25 músicas, 25 cantores de Abril (VIII)
quinta-feira, abril 09, 2009
-
Fernando

Pedra Filosofal
Eles não sabem que o sonho
É uma constante da vida
Tão concreta e definida
Como outra coisa qualquer
Como esta pedra cinzenta
Em que me sento e descanso
Como este ribeiro manso
Em serenos sobressaltos
Como estes pinheiros altos
Que em verde e oiro se agitam
Como estas aves que gritam
Em bebedeiras de azul
Eles não sabem que sonho
É vinho, é espuma, é fermento
Bichinho alacre e sedento
De focinho pontiagudo
Em perpétuo movimento
Eles não sabem que o sonho
É tela, é cor, é pincel
Base, fuste ou capitel
Arco em ogiva, vitral,
Pináculo de catedral,
Contraponto, sinfonia,
Máscara grega, magia,
Que é retorta de alquimista
Mapa do mundo distante
Rosa dos ventos, infante
Caravela quinhentista
Que é cabo da boa-esperança
Ouro, canela, marfim
Florete de espadachim
Bastidor, passo de dança
Columbina e arlequim
Passarola voadora
Pára-raios, locomotiva
Barco de proa festiva
Alto-forno, geradora
Cisão do átomo, radar
Ultra-som, televisão
Desembarque em foguetão
Na superfície lunar
Eles não sabem nem sonham
Que o sonho comanda a vida
E que sempre que o homem sonha
O mundo pula e avança
Como bola colorida
Entre as mãos duma criança
Letra: António Gedeão
Música: Manuel Freire
Álbum: Pedra Filosofal
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Ciganos
quarta-feira, abril 08, 2009
-
Fernando

No Dia Internacional dos Ciganos uma fotografia de dois ciganos, um a sério outro emprestado, eu próprio. Neste dia e para simbolizar a minha solidariedade contra o isolamento e o racismo a que ainda são votados, encontrei o Jaime e tiramos uma fotografia juntos. O Jaime, foi um dos meus colegas da Escola Primária e parceiro, durante uns anos, da sopa dos pobres e da Casa dos Rapazes. Felizmente as coisas para mim, na vida, tem corrido bem e já para o Jaime nem por isso, muito por culpa própria, mas também por alguns azares da vida. ÀS vezes tenta vender-me um relógio apesar de saber que eu não uso relógios mas acaba por ser um pretexto para me sacar uns euritos. Da última vez o Jaime estava em dificuldade e pediu-me dinheiro emprestado, dizendo-me que mo dava na semana seguinte que ia receber nem sei quê e tal. Eu propus-lhe dar-lhe metade em vez de emprestar o que me pedia. Combinamos uma coisa: eu não lhe dava, nem emprestava mais dinheiro, enquanto não me pagasse o que lhe ia emprestar. Depois disso o Jaime quando me via "escondia-se". Hoje tiramos a fotografia. Sobre o dinheiro "emprestado" um dia havemos de falar disso, quando ele estiver outra vez à rasca. Mas eu não vou ceder: antes que cumpra o acordado. Não é mal moço o Jaime mas é um pouco malandro, ao contrário do irmão, o Filipe, um homem de trabalho e perfeitamente integrado ...embora, mesmo assim, olhado de lado.
terça-feira, 7 de abril de 2009
25 músicas, 25 cantores de Abril (VII)
terça-feira, abril 07, 2009
-
Fernando


A Bola
Rola
Sangrenta
Uma Bola
No chão de Angola.
O dia
Vai alto
Brilha
O Sol
Na Poeira
Incendiada.
Soldados
Jogam
Futebol
Com a bola
Que pula
Sangrando
No chão
De Angola.
Ninguém
Distingue
Na bola
Ensopada
Na areia
Empastada
Na erva
Que gira
No solo
A cabeça
De um negro
Sangrando
Que rola
No chão
De Angola
Letra: Jonas Negalha
Música: Luís Cilia
Álbum: Chants de Lutte
Uma questão de opções: optar pelos ricos e poderosos é a política do Governo
terça-feira, abril 07, 2009
-
Fernando

Se um Governo, através da da administração fiscal deixa prescrever 3,7 milhões de euros, respeitantes ao ano de 2004, a treze instituições financeiras, as que foram por sorte ou azar "sorteadas" (imagine-se se fossem todas) que eram devidos ao Estado por incorrecções sobre o IVA aplicado ao sector financeiro e o Governo, através do Ministro das Finanças, justifica como uma opção assumida, face aos recursos disponíveis, está tudo dito sobre quais são as opções do Governo: lixar os pobres, os trabalhadores, a classe média, com a redução de direitos, dos salários, do aumento dos preços dos serviços básicos essenciais, dos impostos e de toda uma panóplia de direitos duramente conquistados. Para tudo isto não faltarem recursos e meios. Para quem foge, engana, arranja artifícios para não pagar o que é devido e de direito, falta pessoal com formação adequada na investigação, faltam meios técnicos, falta disponibilidade e vontade. Segundo o Ministro ficamos a saber que se trata de opções. Já desconfiávamos!
segunda-feira, 6 de abril de 2009
25 músicas, 25 cantores de Abril (VI)
segunda-feira, abril 06, 2009
-
Fernando

Imagem daqui
(infelizmente não consegui encontrar a letra de Canto Novo a canção que escolhi de Pedro Barroso nesta série de 25 músicas, 25 cantores de Abril. A letra e a música são do próprio e o álbum chama-se, Lutas Velhas Canto Novo de 1976.
domingo, 5 de abril de 2009
25 músicas, 25 cantores de Abril (V)
domingo, abril 05, 2009
-
Fernando

O meu amigo está preso
O meu amigo está preso
Por ter querido mostrar
Que para poder ser livre
O Homem terá de lutar
O meu amigo está preso
Por desejar com razão
A igualdade do Homem
O fim da exploração
Deixa que um dia virá
Que se a polícia o prendeu
O povo o libertará
Deixa que um dia virá
Que se a polícia o matou
O Povo o vingará
O meu amigo está preso
Mas na luta continua
Pois a quem não falta coragem
Luta na prisão ou na rua
O meu amigo está preso
Mas tem sempre na memória
A frase de um Camarada
Vitória, Derrota, Vitória
Deixa que um dia virá
Que se a polícia o prendeu
O povo o libertará
Deixa que um dia virá
Que se a polícia o matou
O Povo o vingará
Letra: Tino Flores
Música: Tino Flores
Álbum: ?
sábado, 4 de abril de 2009
25 músicas, 25 cantores de Abril (IV)
sábado, abril 04, 2009
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Fernando

Cantiga do Desemprego
Fumo um cigarro deitado
no mês de Janeiro
fecho a cortina da vida
espreguiço em Fevereiro
e procuro trabalho
nesta esperança de Março
já me farta de tanto Abril
e aquilo que não faço
espreito por um funil
a promessa de Maio
porque esperar prometido
nessa eu já não caio
queimo os dias de Junho
no sol quente de Julho
esfrego as mãos de contente
num sorriso de entulho
para teu grande desgosto
janto contigo em silêncio
e lentamente esquecido
digo-te adeus em Agosto
meu Setembro perdido
numa esquina que eu roço
e penso em Outubro
o menos que posso
mas quando sinto a verdade
daquilo que cansa
nunca houve vontade
do tempo de andança
sinto força em Novembro
juro luta em Dezembro
Letra: Fausto
Música: Fausto
Álbum: Madrugada dos Trapeiros
sexta-feira, 3 de abril de 2009
25 músicas, 25 cantores de Abril (III)
sexta-feira, abril 03, 2009
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Fernando

Vi-te a trabalhar o dia inteiro
construir as cidades pr´ós outros
carregar pedras, desperdiçar
muita força p´ra pouco dinheiro
Vi-te a trabalhar o dia inteiro
Muita força p´ra pouco dinheiro
Que força é essa
que força é essa
que trazes nos braços
que só te serve para obedecer
que só te manda obedecer
Que força é essa, amigo
que força é essa, amigo
que te põe de bem com outros
e de mal contigo
Que força é essa, amigo
Que força é essa, amigo
Que força é essa, amigo
Não me digas que não me compr´endes
quando os dias se tornam azedos
não me digas que nunca sentiste
uma força a crescer-te nos dedos
e uma raiva a nascer-te nos dentes
Não me digas que não me compr´endes
(Que força...)
(Vi-te a trabalhar...)
Que força é essa
que força é essa
que trazes nos braços
que só te serve para obedecer
que só te manda obedecer
Que força é essa, amigo
que força é essa, amigo
que te põe de bem com outros
e de mal contigo
Que força é essa, amigo
Que força é essa, amigo
Que força é essa, amigo
Que força é essa, amigo
Letra: Sérgio Godinho
Música: Sérgio Godinho
Álbum: Era uma vez um rapaz
quinta-feira, 2 de abril de 2009
25 músicas, 25 cantores de Abril (II)
quinta-feira, abril 02, 2009
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Fernando

Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtudePara comprar o que não tem perdão
Porque os outros têm medo mas tu não
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.
Letra: Sophia de Mello Breyner
Música: Francisco Fanhais
Álbum: Cantilena (?)
Alarme
quinta-feira, abril 02, 2009
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Fernando

Quem foi que anoiteceu a tarde em água e vento
e encheu de Inverno o Outono em que me escondo?
Quem foi que amarfanhou o meu sorriso antigo
e encheu de lama estrelas que sonhava?
Vontade de escarrar,
vontade louca
de dizer palavrões
a toda a gente!...
E tudo fica igual,
como se nada
tivesse acontecido
em qualquer parte;
e tudo fica mudo,
a mastigar
pra dentro
os palavrões
que era
preciso
dizer,
para que a tarde
fosse tarde
e o Outono
Outono
e o riso fosse riso
-um bimbalhar de sinos-
e as estrelas
brilhassem como sóis...
É preciso
acordar
a madrugada
-antes que a matem,
inda mal desperta!...
Alfredo Reguengo
05/12/1969
(Poemas da Resistência)
quarta-feira, 1 de abril de 2009
25 músicas, 25 cantores de Abril (I)
quarta-feira, abril 01, 2009
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Fernando

Até ao 25 de Abril: um cantor uma música de Abril. Para começar José Mário Branco.
Dão-nos um lírio e um canivete
E uma alma para ir à escola
Mais um letreiro que promete
Raízes, hastes e corola
Dão-nos um mapa imaginário
Que tem a forma de uma cidade
Mais um relógio e um calendário
Onde não vem a nossa idade
Dão-nos a honra de manequim
Para dar corda à nossa ausência.
Dão-nos um prémio de ser assim
Sem pecado e sem inocência
Dão-nos um barco e um chapéu
Para tirarmos o retrato
Dão-nos bilhetes para o céu
Levado à cena num teatro
Penteiam-nos os crâneos ermos
Com as cabeleiras das avós
Para jamais nos parecermos
Connosco quando estamos sós
Dão-nos um bolo que é a história
Da nossa historia sem enredo
E não nos soa na memória
Outra palavra que o medo
Temos fantasmas tão educados
Que adormecemos no seu ombro
Somos vazios despovoados
De personagens de assombro
Dão-nos a capa do evangelho
E um pacote de tabaco
Dão-nos um pente e um espelho
Pra pentearmos um macaco
Dão-nos um cravo preso à cabeça
E uma cabeça presa à cintura
Para que o corpo não pareça
A forma da alma que o procura
Dão-nos um esquife feito de ferro
Com embutidos de diamante
Para organizar já o enterro
Do nosso corpo mais adiante
Dão-nos um nome e um jornal
Um avião e um violino
Mas não nos dão o animal
Que espeta os cornos no destino
Dão-nos marujos de papelão
Com carimbo no passaporte
Por isso a nossa dimensão
Não é a vida, nem é a morte
Letra: Natália Correia
Música: José Mário Branco
Álbum: Mudam-se os tempos mudam-se as vontades
Dão-nos um lírio e um canivete
E uma alma para ir à escola
Mais um letreiro que promete
Raízes, hastes e corola
Dão-nos um mapa imaginário
Que tem a forma de uma cidade
Mais um relógio e um calendário
Onde não vem a nossa idade
Dão-nos a honra de manequim
Para dar corda à nossa ausência.
Dão-nos um prémio de ser assim
Sem pecado e sem inocência
Dão-nos um barco e um chapéu
Para tirarmos o retrato
Dão-nos bilhetes para o céu
Levado à cena num teatro
Penteiam-nos os crâneos ermos
Com as cabeleiras das avós
Para jamais nos parecermos
Connosco quando estamos sós
Dão-nos um bolo que é a história
Da nossa historia sem enredo
E não nos soa na memória
Outra palavra que o medo
Temos fantasmas tão educados
Que adormecemos no seu ombro
Somos vazios despovoados
De personagens de assombro
Dão-nos a capa do evangelho
E um pacote de tabaco
Dão-nos um pente e um espelho
Pra pentearmos um macaco
Dão-nos um cravo preso à cabeça
E uma cabeça presa à cintura
Para que o corpo não pareça
A forma da alma que o procura
Dão-nos um esquife feito de ferro
Com embutidos de diamante
Para organizar já o enterro
Do nosso corpo mais adiante
Dão-nos um nome e um jornal
Um avião e um violino
Mas não nos dão o animal
Que espeta os cornos no destino
Dão-nos marujos de papelão
Com carimbo no passaporte
Por isso a nossa dimensão
Não é a vida, nem é a morte
Letra: Natália Correia
Música: José Mário Branco
Álbum: Mudam-se os tempos mudam-se as vontades
Destituição de Domingos Névoa da presidência da Braval - Petição
quarta-feira, abril 01, 2009
-
Fernando


Vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar. Pelo direito à indignação, assine a petição!
Estranhamente, os partidos, com a excepção do Bloco de Esquerda, permanecem calados, perante a sem-vergonha de um corruptor, condenado pela Justiça, ser nomeado Presidente de uma empresa supra-municipal, suportada pelos dinheiros públicos. Uma vergonha!
No dia das mentiras
quarta-feira, abril 01, 2009
-
Fernando

A mentira do dia. Este homem não é um mentiroso!
Como refere o Cicuta quem melhor poderia simbolizar o dia das mentiras? Um mentiroso nato claro, acrescento eu.
Como refere o Cicuta quem melhor poderia simbolizar o dia das mentiras? Um mentiroso nato claro, acrescento eu.
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