quinta-feira, 29 de abril de 2010

Pausa


Já se vinha notando o abrandamento. Agora vou mesmo parar por uns tempos. Enquanto isso vou andando pelo facebook deixando pequenos reparos, recados, comentários. Apareçam!

domingo, 25 de abril de 2010

25 de Abril, sempre!

"Mãe, eu quero ficar sozinho... Mãe, não quero pensar mais... Mãe, eu quero morrer mãe.
Eu quero desnascer, ir-me embora, sem ter que me ir embora. Mãe, por favor, tudo menos a casa em vez de mim, outro maldito que não sou senão este tempo que decorre entre fugir de me encontrar e de me encontrar fugindo, de quê mãe? Diz, são coisas que se me perguntem? Não pode haver razão para tanto sofrimento. E se inventássemos o mar de volta, e se inventássemos partir, para regressar. Partir e aí nessa viajem ressuscitar da morte às arrecuas que me deste. Partida para ganhar, partida de acordar, abrir os olhos, numa ânsia colectiva de tudo fecundar, terra, mar, mãe... Lembrar como o mar nos ensinava a sonhar alto, lembrar nota a nota o canto das sereias, lembrar o depois do adeus, e o frágil e ingénuo cravo da Rua do Arsenal, lembrar cada lágrima, cada abraço, cada morte, cada traição, partir aqui com a ciência toda do passado, partir, aqui, para ficar...

Assim mesmo, como entrevi um dia, a chorar de alegria, de esperança precoce e intranquila, o azul dos operários da Lisnave a desfilar, gritando ódio apenas ao vazio, exército de amor e capacetes, assim mesmo na Praça de Londres o soldado lhes falou: Olá camaradas, somos trabalhadores, eles não conseguiram fazer-nos esquecer, aqui está a minha arma para vos servir. Assim mesmo, por detrás das colinas onde o verde está à espera se levantam antiquíssimos rumores, as festas e os suores, os bombos de lava-colhos, assim mesmo senti um dia, a chorar de alegria, de esperança precoce e intranquila, o bater inexorável dos corações produtores, os tambores. De quem é o carvalhal? É nosso! Assim te quero cantar, mar antigo a que regresso. Neste cais está arrimado o barco sonho em que voltei. Neste cais eu encontrei a margem do outro lado, Grandola Vila Morena. Diz lá, valeu a pena a travessia? Valeu pois."

(do FMI de José Mário Branco)

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Fernando Nobre: Um miltante da cidadania activa e ... exigente

"A implementação dogmática do "quanto menos Estado melhor Estado" e do "mercado regulado por excelência" levou á derrocada do sistema ultraliberal tóxico. E só não foi total, mantendo-se em coma induzido pelos seus mentores, porque os estados, tão vilipendiados e sob permanente suspeita (tendo então abdicado quase completamente das suas indeclináveis responsabilidades da gestão da res publica), socializaram as colossais perdas, injectando doses maciças de dinheiro tanto em avales como a fundo perdido. O Mundo, perplexo, atónito e em pânico, assistiu em directo, e com rapidez estonteante, ao desmoronar de um castelo de areia repleto de ilusões, ladroagem, offshores, futuros inexistentes, porque alicerçado no mais profundo vazio.

Socializou-se então, repito, o enorme buraco financeiro sem fundo aparente, deixando em larga maioria os ladrões de bolsos bem recheados com os seus muitos milhões em salários, bónus de "boa gestão" e malfeitorias, escamoteados em paraísos fiscais e em nome de familiares...
(...)

Aqueles que estruturaram conscientemente essa globalização armadilhada querem-nos fazer crer que estão determinados a dinamitá-la se necessário for. Mentira! Tão embrenhados estão nas múltiplas teias de aranha dos lóbis e dos interesses que não podem alterar o paradigma vigente. A meu simples ver, pretendem, com cirurgias plásticas, manter tudo na mesma, pois foi esse sistema perversos que os colocou, e poderá manter, na ilusória e efémera cadeira do poder (na prática, inexistente). Eles são incapazes, creio profundamente, de traçar novos e salutares rumos, com novas políticas.
(...)

Os descartáveis dessa crise financeira estão sedentos que alguém olhe para e por eles. Haverá alguém que ousará não ser só e apenas politicamente correcto? A Europa e o Mundo precisam com urgência de políticos e gestores com fibra cidadã, com ética e coluna vertebral para reformar, se necessário compulsivamente, todos os Bush, encapotados ou não, que se agarram à cadeira do poder em vão.

Só assim se acabará com a crise financeira e de confiança. Mas só mesmo assim!"

(do livro Humanidade - Despertar para a Cidadania Global Solidária
capitulo: As crises sistémicas das finanças e da confiança) de Fernando Nobre)

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Onde está o mérito?

Sendo a EDP a única empresa a operar no mercado, difícil era não ter grandes lucros. Chamar a isto boa gestão e por isso o seu presidente receber POR DIA, o que um trabalhador médio recebe por ano é pornográfico e indecente, porque conseguido, essencialmente, à custa dos preços altos do serviço prestado.A ninguém devia ser permitido ganhar mais de 5 mil euros/mês. Remuneração mais do que suficiente para se ter uma boa vida.
 

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