Os lábios apertavam com vigor o membro duro. A língua dela desenhava uns belos e harmoniosos movimentos geométricos, numa dança sensual de cobiçada cumplicidade. E o pénis hesitava entre acompanhar o saracotear da língua e entrar no bailado ou espraiar-se egoísta, a acompanhar tão bela e lasciva demonstração de amor.
Ela lambia o seu sexo degustando seu cheiro, o paladar, e a sua língua percorria todo o canal ejaculador firme e cheio em movimentos desregrados, por onde haveria de passar o líquido cremoso, deleitoso, que seria oferecido à sua companheira, vertido na mais bela salva, para ser sorvido, ate saciar a sua sede do prazer e da paixão.
Os movimentos dos corpos eram consistentes. Na cama já, estendidos, seus corpos se entregavam à volúpia desmedida e descontrolada. Os beijos sucediam-se, as línguas confundiam-se, as salivas misturavam-se, num dois em um, em cadência e resplendor. Nada os poderia fazer parar. Ela e ele não viam mais, não sentiam mais nada, o tecto podia cair, a casa desabar, um tsunami de desejo e sensualidade estava a acontecer naquele preciso momento. A chama estava ateada. Ninguém poderia prever a dimensão e as consequências daquele fogo.
Ela tomou de novo seu sexo. Sentiu que ele estava muito perto do orgasmo. Agarrou-o com vontade, passou-lhe a língua pela glande, introduziu-o na boca e em movimentos mais acelerados, em vaivém, sentiu, na quentura do seu membro e nos gemidos incontroláveis que a “combustão” estava demasiado próxima. Antes do tempo desejado. Não demorou um minuto sequer. Um jacto de prazer e de paixão afogou-se na sua boca. Os olhos dele reviraram-se. Não via nada. Sentia-se nas nuvens. Ela, por seu lado, não desperdiçou peva. Engoliu tudo até à última gota e lambeu o seu sexo com doçura, lavando-o em saliva. Com prazer e com muito amor. Acabaram por adormecer, extasiados. Sem contar.