"A implementação dogmática do "quanto menos Estado melhor Estado" e do "mercado regulado por excelência" levou á derrocada do sistema ultraliberal tóxico. E só não foi total, mantendo-se em coma induzido pelos seus mentores, porque os estados, tão vilipendiados e sob permanente suspeita (tendo então abdicado quase completamente das suas indeclináveis responsabilidades da gestão da res publica), socializaram as colossais perdas, injectando doses maciças de dinheiro tanto em avales como a fundo perdido. O Mundo, perplexo, atónito e em pânico, assistiu em directo, e com rapidez estonteante, ao desmoronar de um castelo de areia repleto de ilusões, ladroagem, offshores, futuros inexistentes, porque alicerçado no mais profundo vazio.
Socializou-se então, repito, o enorme buraco financeiro sem fundo aparente, deixando em larga maioria os ladrões de bolsos bem recheados com os seus muitos milhões em salários, bónus de "boa gestão" e malfeitorias, escamoteados em paraísos fiscais e em nome de familiares...
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Aqueles que estruturaram conscientemente essa globalização armadilhada querem-nos fazer crer que estão determinados a dinamitá-la se necessário for. Mentira! Tão embrenhados estão nas múltiplas teias de aranha dos lóbis e dos interesses que não podem alterar o paradigma vigente. A meu simples ver, pretendem, com cirurgias plásticas, manter tudo na mesma, pois foi esse sistema perversos que os colocou, e poderá manter, na ilusória e efémera cadeira do poder (na prática, inexistente). Eles são incapazes, creio profundamente, de traçar novos e salutares rumos, com novas políticas.
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Os descartáveis dessa crise financeira estão sedentos que alguém olhe para e por eles. Haverá alguém que ousará não ser só e apenas politicamente correcto? A Europa e o Mundo precisam com urgência de políticos e gestores com fibra cidadã, com ética e coluna vertebral para reformar, se necessário compulsivamente, todos os Bush, encapotados ou não, que se agarram à cadeira do poder em vão.
Só assim se acabará com a crise financeira e de confiança. Mas só mesmo assim!"
(do livro Humanidade - Despertar para a Cidadania Global Solidária
capitulo: As crises sistémicas das finanças e da confiança) de Fernando Nobre)
Independente dos resultados atuais, os trabalhadores continuarão lutando
pelo seu próprio tempo. Por Davi