quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Hugo Chavez retoma referendo para se fazer reeleger

Depois de ter visto derrotado, em referendo amplamente participado, o projecto de revisão constitucional que acabava com o limite de mandatos, e desse modo permitir a possibilidade de reeleição para o cargo de Presidente, Hugo Chaves, fez aprovar na Assembleia Nacional da Venezuela, onde detém a maioria, uma emenda constitucional, que irá permitir um novo referendo, dentro de trinta dias, sobre a matéria referendada há um ano atrás.

Concordando que as leis não são eternas, nem as eleições ou consultas populares definitivas, há sempre que guardar um período de nojo razoável, um tempo suficiente, para experimentar e depois avaliar, os benefícios (ou não) da resolução tomada, sendo tanto mais relevante uma postura deste tipo, quando a decisão resultou de uma consulta popular e depois de um debate intenso e de uma ampla participação.

Se em Dezembro de 2007 saudei Hugo Chaves por ter reconhecido os resultados, disse também logo que Hugo Chavez teria de passar por um longo período de “luto” até voltar a apresentar a mesma proposta, se fosse um verdadeiro democrata. Infelizmente, Hugo Chavez, não soube esperar e respeitar devidamente a vontade livremente expressa.

Mesmo nunca lhe apreciando o estilo e a forma, pouco ortodoxa, como pretende instaurar o “socialismo” na Venezuela (em democracia o socialismo não se introduz por decreto, nem à força, mas ganhando a confiança popular -convencendo com argumentos políticos e com alternativas credíveis nos planos político económico e social, a grande maioria, para sobretudo defender as transformações necessárias e radicais ao modelo capitalista) – e apesar de lhe reconhecer um papel muito importante, no combate às multinacionais na pilhagem dos seus recursos naturais, na denúncia das políticas agressivas e imperialistas dos EUA, nas boas medidas no campo social, no apoio solidário a outros povos, como ainda agora aconteceu em Gaza, não deixa de ser entristecedor que um projecto pessoal e populista, o cegue ao ponto de desbaratar um capital conquistado com fervor e coragem, mas que o pode afastar do poder, em 2012 e principalmente no futuro de forma definitiva.
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