segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Os vianenses recusam em referendo integrar a comunidade intermunicipal do Minho-Lima

Os vianenses recusaram a integração na comunidade intermunicipal em referendo pouco participado. Nada que não esperasse. O Presidente da Câmara de Viana, Defensor Moura, desde o primeiro momento inquinou o debate. Chantageando os vianenses com a sua demissão e convocando os instintos mais primários da pessoa humana: as supostas maiorias, o egoísmo, a falta de solidariedade.


Num debate sereno e destinado ao esclarecimento, Defensor Moura, não tinha nenhum argumento razoável, para recusar a integração. Por isso escolheu a demagogia, o populismo, o medo, a chantagem emocional e mesmo a mentira. Viana do Castelo não tinha nada a perder, com a integração na CIM, pelo contrário. Ganhava em capacidade reivindicativa. E o distrito ganhava em desenvolvimento harmonioso.

O argumento da representatividade é uma falácia bem montada. A representatividade estava assegurada. Como estão assegurados os mecanismos de controlo dos actos executivos. E de resto, mesmo tomando como linha de conta os temores de Defensor Moura, de criação de minorias de bloqueio e mesmo de oposição “orquestrada”, contra o município de Viana do Castelo, poderia, em qualquer momento, abandonar a comunidade intermunicipal denunciando essas práticas, com maioria de razão e devidamente fundamentadas, em vez de estar com desconfianças extemporâneas.

Desta vez decidi-me por não participar nem nos debates nem nos movimentos organizados. Na verdade era uma perda de tempo. O debate sério era impossível. O que estava em causa era mesmo uma luta de poderes dentro do PS, entre Defensor Moura, presidente da Câmara de Viana e na prática o responsável da concelhia local e Rui Solheiro, presidente da Câmara de Melgaço e responsável distrital do PS. Por outro lado, a correr por fora, os alinhamentos do costume: os protegidos de Defensor Moura a querer ficar na fotografia e os carreiristas e homens do aparelho, a encostarem-se a Rui Solheiro a pensar em lugares altos, como as listas de deputados. E depois os partidos a aproveitarem para fazer campanha contra Defensor Moura, especialmente o PSD mas também o CDS, a lançar toda a artilharia de forma escabrosa.

Enfim, ganhou Defensor Moura mas perdeu Viana e isso não é bom. Agora há que arranjar soluções: a cidade não pode ser prejudicada por não aderir à CIM. Dado que ninguém estava obrigado a integrar as comunidades intermunicipais, também não pode ficar de fora dos apoios financeiros. Seria inconstitucional.
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