Como se não bastasse tem recusado todas as propostas da oposição que pretendem atenuar as dificuldades das famílias mais pobres e atingidas pelo drama do desemprego: dilatando a concessão do subsidio de desemprego de longa duração; atribuindo-o a desempregados do trabalho precário; diminuindo o tempo de trabalho efectivo para ter direito aos subsidio; “suspendendo” as prestações de empréstimos de habitação que resultaram de despedimentos; renegociando Spread’s; impedindo o desemprego em empresas cotadas na bolsa; nas que tiveram lucros; nas que receberam apoios estatais, etc, etc.
Mas a juntar a um governo que desde cedo mostrou as suas prioridades: atacar os direitos sociais e laborais dos trabalhadores, as reformas dos idosos, os portugueses que atravessavam mais dificuldades; para combater o défice das contas públicas, cuja responsabilidade é deles próprios, das suas incompetências e da ladroagem na gestão da coisa pública, ao longo dos anos de democracia, em seu favor e dos amigos e compadres, temos um patronato, na sua maioria, ganancioso, sem escrúpulos, sem humanidade e incompetente.
Um jornalista do Diário de Negócios a propósito do generoso “perdão” de uma dívida da Cimpor de 62 milhões de euros dizia que “…há acções que, de tão escandalosas, nos deviam alertar para a ideologia que nunca caduca: a da decência e da vergonha na cara.”. Tem toda a razão. Como tem toda a razão o Presidente do grupo Jerónimo Amorim quando afirma:
Perante a crise, primeiro lançaria mão das reservas financeiras (uma reserva dos lucros de anos anteriores), segurando-se com um tempo de prejuízos; depois deixaria de pagar dividendos; em terceiro lugar diminuiria os salários dos administradores e quadros do grupo; em quarto lugar, se tudo isto não chegasse, negociaria com os trabalhadores a redução do horário do trabalho e só no fim, no fim mesmo, se os prejuízos fossem insustentáveis, poderia avançar com os despedimentos (da crónica de Miguel Sousa Tavares no Expresso).
Diferenças marcantes!