Vasos de porcelana nipónica antiga, com decoração de vidro e motivos
florais, 1908-1914.
Daqui.
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Pausa
quinta-feira, abril 29, 2010
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Fernando
Já se vinha notando o abrandamento. Agora vou mesmo parar por uns tempos. Enquanto isso vou andando pelo facebook deixando pequenos reparos, recados, comentários. Apareçam!
domingo, 25 de abril de 2010
25 de Abril, sempre!
domingo, abril 25, 2010
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Fernando
"Mãe, eu quero ficar sozinho... Mãe, não quero pensar mais... Mãe, eu quero morrer mãe.
Eu quero desnascer, ir-me embora, sem ter que me ir embora. Mãe, por favor, tudo menos a casa em vez de mim, outro maldito que não sou senão este tempo que decorre entre fugir de me encontrar e de me encontrar fugindo, de quê mãe? Diz, são coisas que se me perguntem? Não pode haver razão para tanto sofrimento. E se inventássemos o mar de volta, e se inventássemos partir, para regressar. Partir e aí nessa viajem ressuscitar da morte às arrecuas que me deste. Partida para ganhar, partida de acordar, abrir os olhos, numa ânsia colectiva de tudo fecundar, terra, mar, mãe... Lembrar como o mar nos ensinava a sonhar alto, lembrar nota a nota o canto das sereias, lembrar o depois do adeus, e o frágil e ingénuo cravo da Rua do Arsenal, lembrar cada lágrima, cada abraço, cada morte, cada traição, partir aqui com a ciência toda do passado, partir, aqui, para ficar...
Assim mesmo, como entrevi um dia, a chorar de alegria, de esperança precoce e intranquila, o azul dos operários da Lisnave a desfilar, gritando ódio apenas ao vazio, exército de amor e capacetes, assim mesmo na Praça de Londres o soldado lhes falou: Olá camaradas, somos trabalhadores, eles não conseguiram fazer-nos esquecer, aqui está a minha arma para vos servir. Assim mesmo, por detrás das colinas onde o verde está à espera se levantam antiquíssimos rumores, as festas e os suores, os bombos de lava-colhos, assim mesmo senti um dia, a chorar de alegria, de esperança precoce e intranquila, o bater inexorável dos corações produtores, os tambores. De quem é o carvalhal? É nosso! Assim te quero cantar, mar antigo a que regresso. Neste cais está arrimado o barco sonho em que voltei. Neste cais eu encontrei a margem do outro lado, Grandola Vila Morena. Diz lá, valeu a pena a travessia? Valeu pois."
(do FMI de José Mário Branco)
Eu quero desnascer, ir-me embora, sem ter que me ir embora. Mãe, por favor, tudo menos a casa em vez de mim, outro maldito que não sou senão este tempo que decorre entre fugir de me encontrar e de me encontrar fugindo, de quê mãe? Diz, são coisas que se me perguntem? Não pode haver razão para tanto sofrimento. E se inventássemos o mar de volta, e se inventássemos partir, para regressar. Partir e aí nessa viajem ressuscitar da morte às arrecuas que me deste. Partida para ganhar, partida de acordar, abrir os olhos, numa ânsia colectiva de tudo fecundar, terra, mar, mãe... Lembrar como o mar nos ensinava a sonhar alto, lembrar nota a nota o canto das sereias, lembrar o depois do adeus, e o frágil e ingénuo cravo da Rua do Arsenal, lembrar cada lágrima, cada abraço, cada morte, cada traição, partir aqui com a ciência toda do passado, partir, aqui, para ficar...
Assim mesmo, como entrevi um dia, a chorar de alegria, de esperança precoce e intranquila, o azul dos operários da Lisnave a desfilar, gritando ódio apenas ao vazio, exército de amor e capacetes, assim mesmo na Praça de Londres o soldado lhes falou: Olá camaradas, somos trabalhadores, eles não conseguiram fazer-nos esquecer, aqui está a minha arma para vos servir. Assim mesmo, por detrás das colinas onde o verde está à espera se levantam antiquíssimos rumores, as festas e os suores, os bombos de lava-colhos, assim mesmo senti um dia, a chorar de alegria, de esperança precoce e intranquila, o bater inexorável dos corações produtores, os tambores. De quem é o carvalhal? É nosso! Assim te quero cantar, mar antigo a que regresso. Neste cais está arrimado o barco sonho em que voltei. Neste cais eu encontrei a margem do outro lado, Grandola Vila Morena. Diz lá, valeu a pena a travessia? Valeu pois."
(do FMI de José Mário Branco)
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Fernando Nobre: Um miltante da cidadania activa e ... exigente
quarta-feira, abril 21, 2010
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Fernando
"A implementação dogmática do "quanto menos Estado melhor Estado" e do "mercado regulado por excelência" levou á derrocada do sistema ultraliberal tóxico. E só não foi total, mantendo-se em coma induzido pelos seus mentores, porque os estados, tão vilipendiados e sob permanente suspeita (tendo então abdicado quase completamente das suas indeclináveis responsabilidades da gestão da res publica), socializaram as colossais perdas, injectando doses maciças de dinheiro tanto em avales como a fundo perdido. O Mundo, perplexo, atónito e em pânico, assistiu em directo, e com rapidez estonteante, ao desmoronar de um castelo de areia repleto de ilusões, ladroagem, offshores, futuros inexistentes, porque alicerçado no mais profundo vazio.
Socializou-se então, repito, o enorme buraco financeiro sem fundo aparente, deixando em larga maioria os ladrões de bolsos bem recheados com os seus muitos milhões em salários, bónus de "boa gestão" e malfeitorias, escamoteados em paraísos fiscais e em nome de familiares...
(...)
Aqueles que estruturaram conscientemente essa globalização armadilhada querem-nos fazer crer que estão determinados a dinamitá-la se necessário for. Mentira! Tão embrenhados estão nas múltiplas teias de aranha dos lóbis e dos interesses que não podem alterar o paradigma vigente. A meu simples ver, pretendem, com cirurgias plásticas, manter tudo na mesma, pois foi esse sistema perversos que os colocou, e poderá manter, na ilusória e efémera cadeira do poder (na prática, inexistente). Eles são incapazes, creio profundamente, de traçar novos e salutares rumos, com novas políticas.
(...)
Os descartáveis dessa crise financeira estão sedentos que alguém olhe para e por eles. Haverá alguém que ousará não ser só e apenas politicamente correcto? A Europa e o Mundo precisam com urgência de políticos e gestores com fibra cidadã, com ética e coluna vertebral para reformar, se necessário compulsivamente, todos os Bush, encapotados ou não, que se agarram à cadeira do poder em vão.
Só assim se acabará com a crise financeira e de confiança. Mas só mesmo assim!"
(do livro Humanidade - Despertar para a Cidadania Global Solidária
capitulo: As crises sistémicas das finanças e da confiança) de Fernando Nobre)
Socializou-se então, repito, o enorme buraco financeiro sem fundo aparente, deixando em larga maioria os ladrões de bolsos bem recheados com os seus muitos milhões em salários, bónus de "boa gestão" e malfeitorias, escamoteados em paraísos fiscais e em nome de familiares...
(...)
Aqueles que estruturaram conscientemente essa globalização armadilhada querem-nos fazer crer que estão determinados a dinamitá-la se necessário for. Mentira! Tão embrenhados estão nas múltiplas teias de aranha dos lóbis e dos interesses que não podem alterar o paradigma vigente. A meu simples ver, pretendem, com cirurgias plásticas, manter tudo na mesma, pois foi esse sistema perversos que os colocou, e poderá manter, na ilusória e efémera cadeira do poder (na prática, inexistente). Eles são incapazes, creio profundamente, de traçar novos e salutares rumos, com novas políticas.
(...)
Os descartáveis dessa crise financeira estão sedentos que alguém olhe para e por eles. Haverá alguém que ousará não ser só e apenas politicamente correcto? A Europa e o Mundo precisam com urgência de políticos e gestores com fibra cidadã, com ética e coluna vertebral para reformar, se necessário compulsivamente, todos os Bush, encapotados ou não, que se agarram à cadeira do poder em vão.
Só assim se acabará com a crise financeira e de confiança. Mas só mesmo assim!"
(do livro Humanidade - Despertar para a Cidadania Global Solidária
capitulo: As crises sistémicas das finanças e da confiança) de Fernando Nobre)
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Onde está o mérito?
quarta-feira, abril 07, 2010
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Fernando
Sendo a EDP a única empresa a operar no mercado, difícil era não ter grandes lucros. Chamar a isto boa gestão e por isso o seu presidente receber POR DIA, o que um trabalhador médio recebe por ano é pornográfico e indecente, porque conseguido, essencialmente, à custa dos preços altos do serviço prestado.A ninguém devia ser permitido ganhar mais de 5 mil euros/mês. Remuneração mais do que suficiente para se ter uma boa vida.
quinta-feira, 25 de março de 2010
Ainda sobre o pedido de uma Convenção extraordinária do Bloco
quinta-feira, março 25, 2010
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Fernando
João Pedro Freire,
Este teu texto merece a minha genérica concordância.
Não concordo contudo que deva ser uma Convenção extraordinária a decidir o apoio ao candidato presidencial.
A legitimidade da Mesa Nacional para decidir que candidato parece-me inquestionável. Se a decisão da convenção indiciava um apoio a Alegre, nessa linha, a Mesa Nacional respeitou a opção tomada, dentro das suas competências, como tem aliás sido prática. Decisão que eu discordo, como já disse várias vezes, mas legitima.
Mas, concordo, não tinha contudo de a tomar neste sentido. Se a interpretasse, como eu, como tu, como muitos de nós, que a "candidatura presidencial da convergência mais ampla possível para a luta política da esquerda..." não é a candidatura de Manuel Alegre.
Mas ao mesmo tempo, sendo intelectualmente sério, parece-me não restar dúvidas que era para Alegre que a decisão da Convenção apontava.
Em minha opinião, apesar disso, Louçã, não deveria publicamente dar como assente o apoio à candidatura de Alegre, antes da Mesa Nacional se pronunciar. Ditam as boas regras de um partido que deveria fazer da participação militante a base para construir as suas decisões.
Mesmo considerando "líquido" o apoio a Alegre, a Comissão Política, deveria ter promovido uma discussão por toda a organização, antes de tomar a decisão definitiva, sobre as razões desse apoio e a estratégia que lhe está subjacente, para sentir o pulsar dos militantes, ouvir os aderentes e simpatizantes, os que pensam que Alegre não é o melhor candidato, pesar as novas circunstâncias (a participação de Alegre no comício de Coimbra e o apoio ao PS nas legislativas, a possibilidade de outras candidaturas, como a de Fernando Nobre).
Em vez disso, preferiu seguir a estratégia, que reconheço legítima (e que não sei muito bem qual é - mas não me parece que seja de um apoio "desinteressado"... talvez visando criar fracturas fortes no PS para juntar mais esquerda à esquerda), e que remonta aos "encontros das esquerdas” com Alegre.
Já o disse e insisto. Uma Convenção extraordinária aparece aos meus olhos (apesar de legitima) como um factor de fragilização do Bloco e de contestação aos dirigentes por linhas tortas, da contestação para aparecer, desculpa-me a franqueza e a opinião. E isso não é bom, nem para um processo de implantação e credibilização do Bloco, nem para quem usa destes artifícios: Nunca até agora o apoio a um candidato se deu em Convenção. A Convenção traçou uma estratégia e o perfil, como lhe competia (não podia ser de outro modo a tão longa distância) e a Mesa Nacional no uso das suas competências, escolheu o nome (creio não exagerar se disser que era o que toda a gente previa) que considerou encaixar nas decisões.
Concordemos ou não e eu não concordo. E, como alguém disse, não tendo que haver “intervalos” na discussão e nas discordâncias, manda o bom senso que não se valorizem diferenças de entendimento, de forma desproporcionada.
O que me parecia correcto era a exigência de um (novo) debate, correndo toda a organização, para debater em concreto as presidenciais, os nomes, o que se pretende destas eleições, quais os candidatos e a estratégia que se afiguram mais concordantes com os princípios e os objectivos do Bloco, em linha com os pressupostos de uma nova esquerda, grande, abrangente, socialista que o Bloco quer construir e fazer parte. Tudo assim era mais claro e coerente: a possibilidade de a Mesa Nacional mudar de posição face a um novo entendimento das circunstâncias e não forçada por uma decisão dos militantes … contra a direcção política, mais a mais, quando a decisão se deu no respeito das competências e na forma habitual.
Fica registada a minha opinião … franca. Um abraço.
Este teu texto merece a minha genérica concordância.
Não concordo contudo que deva ser uma Convenção extraordinária a decidir o apoio ao candidato presidencial.
A legitimidade da Mesa Nacional para decidir que candidato parece-me inquestionável. Se a decisão da convenção indiciava um apoio a Alegre, nessa linha, a Mesa Nacional respeitou a opção tomada, dentro das suas competências, como tem aliás sido prática. Decisão que eu discordo, como já disse várias vezes, mas legitima.
Mas, concordo, não tinha contudo de a tomar neste sentido. Se a interpretasse, como eu, como tu, como muitos de nós, que a "candidatura presidencial da convergência mais ampla possível para a luta política da esquerda..." não é a candidatura de Manuel Alegre.
Mas ao mesmo tempo, sendo intelectualmente sério, parece-me não restar dúvidas que era para Alegre que a decisão da Convenção apontava.
Em minha opinião, apesar disso, Louçã, não deveria publicamente dar como assente o apoio à candidatura de Alegre, antes da Mesa Nacional se pronunciar. Ditam as boas regras de um partido que deveria fazer da participação militante a base para construir as suas decisões.
Mesmo considerando "líquido" o apoio a Alegre, a Comissão Política, deveria ter promovido uma discussão por toda a organização, antes de tomar a decisão definitiva, sobre as razões desse apoio e a estratégia que lhe está subjacente, para sentir o pulsar dos militantes, ouvir os aderentes e simpatizantes, os que pensam que Alegre não é o melhor candidato, pesar as novas circunstâncias (a participação de Alegre no comício de Coimbra e o apoio ao PS nas legislativas, a possibilidade de outras candidaturas, como a de Fernando Nobre).
Em vez disso, preferiu seguir a estratégia, que reconheço legítima (e que não sei muito bem qual é - mas não me parece que seja de um apoio "desinteressado"... talvez visando criar fracturas fortes no PS para juntar mais esquerda à esquerda), e que remonta aos "encontros das esquerdas” com Alegre.
Já o disse e insisto. Uma Convenção extraordinária aparece aos meus olhos (apesar de legitima) como um factor de fragilização do Bloco e de contestação aos dirigentes por linhas tortas, da contestação para aparecer, desculpa-me a franqueza e a opinião. E isso não é bom, nem para um processo de implantação e credibilização do Bloco, nem para quem usa destes artifícios: Nunca até agora o apoio a um candidato se deu em Convenção. A Convenção traçou uma estratégia e o perfil, como lhe competia (não podia ser de outro modo a tão longa distância) e a Mesa Nacional no uso das suas competências, escolheu o nome (creio não exagerar se disser que era o que toda a gente previa) que considerou encaixar nas decisões.
Concordemos ou não e eu não concordo. E, como alguém disse, não tendo que haver “intervalos” na discussão e nas discordâncias, manda o bom senso que não se valorizem diferenças de entendimento, de forma desproporcionada.
O que me parecia correcto era a exigência de um (novo) debate, correndo toda a organização, para debater em concreto as presidenciais, os nomes, o que se pretende destas eleições, quais os candidatos e a estratégia que se afiguram mais concordantes com os princípios e os objectivos do Bloco, em linha com os pressupostos de uma nova esquerda, grande, abrangente, socialista que o Bloco quer construir e fazer parte. Tudo assim era mais claro e coerente: a possibilidade de a Mesa Nacional mudar de posição face a um novo entendimento das circunstâncias e não forçada por uma decisão dos militantes … contra a direcção política, mais a mais, quando a decisão se deu no respeito das competências e na forma habitual.
Fica registada a minha opinião … franca. Um abraço.
domingo, 21 de março de 2010
No dia mundial da poesia saudar um amigo
domingo, março 21, 2010
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Fernando
perco o olhar noutras palavras puras e ofereço-me à
sabedoria das aves sou esse vagabundo que apanha as
palavras despidas de êxito e vai depositá-las nos convés
da espera
nem outra margem me segura os passos vou por este
lado do engenho onde o sonho inspira as aves para a
construção dos ninhos
assim se cumpre o signo dos meus dias ir até ao fim da
estrada com as palavras coladas aos dedos
Passos de Anisa 29
Álvaro de Oliveira - Baladas de Orvalho*
* Baladas de Orvalho que Álvaro de Oliveira me deu a honra de apresentar em Viana.
sabedoria das aves sou esse vagabundo que apanha as
palavras despidas de êxito e vai depositá-las nos convés
da espera
nem outra margem me segura os passos vou por este
lado do engenho onde o sonho inspira as aves para a
construção dos ninhos
assim se cumpre o signo dos meus dias ir até ao fim da
estrada com as palavras coladas aos dedos
Passos de Anisa 29
Álvaro de Oliveira - Baladas de Orvalho*
* Baladas de Orvalho que Álvaro de Oliveira me deu a honra de apresentar em Viana.
sábado, 20 de março de 2010
Denunciar e combater o PEC: um imperativo social
sábado, março 20, 2010
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Fernando
As pessoas no fim.
"quem vai sofrer mais com o PEC não são as classes médias, são os mais mais pobres. É dramático, mas o maior contributo para a diminuição da despesa é dado pela redução das transferências do Orçamento do Estado para a segurança social. Ou seja, as políticas que formam a rede de mínimos sociais verão o seu financiamento muito limitado (do complemento solidário para idosos ao subsídio social de desemprego, passando pelo rendimento social de inserção)."
Pedro Adão e Silva - da equipa que redigiu o programa eleitoral do PS
A esquerda censura e ataca o governo no coração da sua política, o PEC e a estratégia social
"O CDS propôs cortar 130 milhões de euros no Rendimento Social de Inserção, e os 130 milhões foram cortados. O PSD exige manter os 1000 milhões de apoio fiscal ao offshore da Madeira, e têm os 1000 milhões. A direita quer cortar 600 milhões na dotação orçamental para a Segurança Social, e é o que conseguiu. O Governo decide privatizar parte da CGD, a direita apoia. Os CTT, a direita rejubila. A REN, a direita concorda. Os aeroportos, a direita aplaude. Parte da CP, a direita nem se tinha lembrado disso. A energia, a direita faz as contas ao negócio. Mantêm o horário de trabalho a chegar às 60 horas sem pagamento extraordinário, o patronato regista. Reduzem o acesso e o valor do subsídio de desemprego, a ortodoxia liberal está encantada".
Francisco Louçã - Coordenador do Bloco de Esquerda
"quem vai sofrer mais com o PEC não são as classes médias, são os mais mais pobres. É dramático, mas o maior contributo para a diminuição da despesa é dado pela redução das transferências do Orçamento do Estado para a segurança social. Ou seja, as políticas que formam a rede de mínimos sociais verão o seu financiamento muito limitado (do complemento solidário para idosos ao subsídio social de desemprego, passando pelo rendimento social de inserção)."
Pedro Adão e Silva - da equipa que redigiu o programa eleitoral do PS
A esquerda censura e ataca o governo no coração da sua política, o PEC e a estratégia social
"O CDS propôs cortar 130 milhões de euros no Rendimento Social de Inserção, e os 130 milhões foram cortados. O PSD exige manter os 1000 milhões de apoio fiscal ao offshore da Madeira, e têm os 1000 milhões. A direita quer cortar 600 milhões na dotação orçamental para a Segurança Social, e é o que conseguiu. O Governo decide privatizar parte da CGD, a direita apoia. Os CTT, a direita rejubila. A REN, a direita concorda. Os aeroportos, a direita aplaude. Parte da CP, a direita nem se tinha lembrado disso. A energia, a direita faz as contas ao negócio. Mantêm o horário de trabalho a chegar às 60 horas sem pagamento extraordinário, o patronato regista. Reduzem o acesso e o valor do subsídio de desemprego, a ortodoxia liberal está encantada".
Francisco Louçã - Coordenador do Bloco de Esquerda
sexta-feira, 19 de março de 2010
"PS propõem as medidas que um partido de direita podia tomar"
sexta-feira, março 19, 2010
-
Fernando
"Neste PEC o PS caiu numa armadilha terrível. Assumiu-se definitivamente como um partido que propõe acima de tudo as mesmas medidas que um partido de direita podia tomar e deixou cair sem cuidado as bandeiras de esquerda […] Sobre as privatizações, o Portas diz que só deve haver certas privatizações quando houver um regulador forte para não criar situações de monopólio ainda mais graves. O Portas a dar lições de esquerda a Sócrates!"João Cravinho aqui.
quinta-feira, 18 de março de 2010
Um enorme Benfica contra o Marselha
quinta-feira, março 18, 2010
-
Fernando
Há para aí um movimento denominado, salvo erro, de " o quanto eu me vou rir se o Benfica não ganhar nada este ano". Eu creio que os os adeptos deste movimento não se deram conta de como ele próprio é um elogio ao desempenho da equipa do Benfica. Na verdade, implícito, está o reconhecimento de que só um desastre desportivo (ou outro - veja-se a arbitragem do jogo com o Marselha ) impedirá que o Benfica não ganhe tudo o que falta ganhar.
Ver jogar este Benfica impressiona, entusiasma, dá prazer. A equipa domina todos os princípios do jogo: a táctica, a abordagem ao jogo, a organização defensiva, o contra-ataque rápido, o ataque organizado, a ocupação dos espaços, a organização do conjunto, os movimentos, as compensações, a solidariedade do grupo, o espírito guerreiro, a confiança nas capacidades individuais e colectivas, a determinação em ganhar, marcar muitos golos, dar espectáculo .. é uma coisa que só vista. Quando as coisas engatam o Benfica é verdadeiramente imparável!
Que dizer de um Maxi Pereira de combate e coragem. Um Luisão imperial nas alturas. Um David Luís de classe, força, raça. Um Coentrão de paixão ao jogo e técnica apurada. Um Xavi de coração e pulmão grandes. Um Carlos Martins irreverente e cerebral. Um Ramires todo-o-terreno. Um Di Maria desequilibrador e intenso. Um Pablo Aimar sublime, de técnica, visão de jogo, entrega e humildade. Um Saviola inteligente na ocupação dos espaços. Um Cardozo matador. Se a isto juntarmos um Jesus de conquista, exigência e grande competência, temos um Benfica do melhor desde os tempos de Eusébio.
Os 4 milhões de adeptos do anti-Benfica podem muito bem rir se este Benfica não ganhar nada esta época, coisa em que não acredito. Mas este Benfica enche-me as medidas. e enche as medidas dos mais de seis milhões de portugueses espalhados por todo o Mundo.
Contra o Marselha o Benfica mostrou que pode ganhar tudo. O Benfica é o maior! SLB, SLB, Glorioso SLB!
Ver jogar este Benfica impressiona, entusiasma, dá prazer. A equipa domina todos os princípios do jogo: a táctica, a abordagem ao jogo, a organização defensiva, o contra-ataque rápido, o ataque organizado, a ocupação dos espaços, a organização do conjunto, os movimentos, as compensações, a solidariedade do grupo, o espírito guerreiro, a confiança nas capacidades individuais e colectivas, a determinação em ganhar, marcar muitos golos, dar espectáculo .. é uma coisa que só vista. Quando as coisas engatam o Benfica é verdadeiramente imparável!
Que dizer de um Maxi Pereira de combate e coragem. Um Luisão imperial nas alturas. Um David Luís de classe, força, raça. Um Coentrão de paixão ao jogo e técnica apurada. Um Xavi de coração e pulmão grandes. Um Carlos Martins irreverente e cerebral. Um Ramires todo-o-terreno. Um Di Maria desequilibrador e intenso. Um Pablo Aimar sublime, de técnica, visão de jogo, entrega e humildade. Um Saviola inteligente na ocupação dos espaços. Um Cardozo matador. Se a isto juntarmos um Jesus de conquista, exigência e grande competência, temos um Benfica do melhor desde os tempos de Eusébio.
Os 4 milhões de adeptos do anti-Benfica podem muito bem rir se este Benfica não ganhar nada esta época, coisa em que não acredito. Mas este Benfica enche-me as medidas. e enche as medidas dos mais de seis milhões de portugueses espalhados por todo o Mundo.
Contra o Marselha o Benfica mostrou que pode ganhar tudo. O Benfica é o maior! SLB, SLB, Glorioso SLB!
quarta-feira, 17 de março de 2010
Oportunismos que não tolero, mais a mais, vindos de quem se diz de esquerda. Há pequenas coisas que definem as pessoas.
quarta-feira, março 17, 2010
-
Fernando
A propósito das presidenciais, duas certezas: não voto, não votarei nunca em quem, por actos ou omissões, seja uma pessoa de direita. De direita mesmo, e não porque se afirma de direita. Como não votarei numa pessoa porque se afirma de esquerda. Direita e esquerda continuam a contar ... na vida pessoal, como agimos no dia a dia, na forma como cada parte olha o mundo, tratam as desigualdades e as injustiças sociais ... ou como as querem resolver. Não voto, por isso em Cavaco Silva como não voto em Manuel Alegre. No primeiro por razões óbvias quem conhece o meu mundo. Em Alegre, podia escolher muitas razões, mas escolho esta, que é uma razão de ordem da ética pessoal: não confio numa pessoa que recorre a uma manobra manhosa e indigna para receber uma avultada reforma. Uma reforma correspondente ao cargo de coordenador da RDP, cargo que suspendeu em 1975 com a eleição para deputado, continuando contudo a descontar para efeitos de reforma, durante mais de 30 anos, concomitantemente com o exercício de deputado e no mesmo período, razão pela qual teve direito a uma reforma vitalícia de 3 219,95 euros que acumula com a reforma de deputado. Uma vergonha! Não, este homem não me convence, decididamente.
Mas esta introdução serve apenas de pretexto (ou o contrário) para lançar este extraordinário poema de António Gedeão. Também eu preciso de certezas ... ou sentir que tenho razão às vezes ... mesmo quando não a tenho. Um desabafo, enfim.
Mas esta introdução serve apenas de pretexto (ou o contrário) para lançar este extraordinário poema de António Gedeão. Também eu preciso de certezas ... ou sentir que tenho razão às vezes ... mesmo quando não a tenho. Um desabafo, enfim.
Certezas, precisam-se
Preciso urgentemente de adquirir meia dúzia de valores absolutos,
inexpugnáveis e impenetráveis,
firmes e surdos como rochedos.
Preciso urgentemente de adquirir certezas,certezas inabaláveis, imensas certezas, montes de certezas,
certezas a propósito de tudo e de nada,
afirmadas com autoridade, em voz alta para que todos oiçam,com desassombro, com ênfase, com dignidade,
acompanhadas de perfurantes censuras no olhar carregado, oblíquo.
Preciso urgentemente de ter razão,
de ter imensas razões, montes de razões,
de eu próprio me instituir em razão.
Ser razão!
Dar um soco furibundo e convicto no tampo da mesa e espadanar razões nas ventas da assistência.
Preciso urgentemente de ter convicções profundas,
argumentos decisivos,
ideias feitas à altura das circunstâncias.
Preciso de correr convictamente ao encontro de qualquer coisa,de gritar, de berrar, de ter apoplexias sagradas em defesa dessa coisa.
inexpugnáveis e impenetráveis,
firmes e surdos como rochedos.
Preciso urgentemente de adquirir certezas,certezas inabaláveis, imensas certezas, montes de certezas,
certezas a propósito de tudo e de nada,
afirmadas com autoridade, em voz alta para que todos oiçam,com desassombro, com ênfase, com dignidade,
acompanhadas de perfurantes censuras no olhar carregado, oblíquo.
Preciso urgentemente de ter razão,
de ter imensas razões, montes de razões,
de eu próprio me instituir em razão.
Ser razão!
Dar um soco furibundo e convicto no tampo da mesa e espadanar razões nas ventas da assistência.
Preciso urgentemente de ter convicções profundas,
argumentos decisivos,
ideias feitas à altura das circunstâncias.
Preciso de correr convictamente ao encontro de qualquer coisa,de gritar, de berrar, de ter apoplexias sagradas em defesa dessa coisa.
Preciso de considerar imbecis todos os que tiverem opiniões diferentes
da minha,
de os mandar, sem rebuço, para o diabo que os carregue,
de os prejudicar, sem remorsos, de todas as maneiras possíveis,
de lhes tapar a boca,
de lhes cortar as frases no meio,
de lhes virar as costas ostensivamente.
Preciso de ter amigos da mesma cor, caras unhacas,
que me dêem palmadinhas nas costas,
que me chamem pá e me façam brindes em almoços de camaradagem.
Preciso de me acocorar à volta da mesa do café, e resolver os problemas sociais entre ruidosos alívios de expectoração.
Preciso de encher o peito e cantar loas,
e enrouquecer a dar vivas,
de atirar o chapéu ao ar,
de saber de cor as frequências dos emissores.
O que tudo são símbolos e sinais de certezas.
Certezas!
Imensas certezas! Montes de certezas!
Pirinéus, Urais, Himalaias de certezas!
António Gedeão - Certezas, precisam-se
da minha,
de os mandar, sem rebuço, para o diabo que os carregue,
de os prejudicar, sem remorsos, de todas as maneiras possíveis,
de lhes tapar a boca,
de lhes cortar as frases no meio,
de lhes virar as costas ostensivamente.
Preciso de ter amigos da mesma cor, caras unhacas,
que me dêem palmadinhas nas costas,
que me chamem pá e me façam brindes em almoços de camaradagem.
Preciso de me acocorar à volta da mesa do café, e resolver os problemas sociais entre ruidosos alívios de expectoração.
Preciso de encher o peito e cantar loas,
e enrouquecer a dar vivas,
de atirar o chapéu ao ar,
de saber de cor as frequências dos emissores.
O que tudo são símbolos e sinais de certezas.
Certezas!
Imensas certezas! Montes de certezas!
Pirinéus, Urais, Himalaias de certezas!
António Gedeão - Certezas, precisam-se
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